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O rodeio de gordas e Tiririca

A notícia é de que mais uma vez uma vez uma universidade de São Paulo serviu de palco para atos de intolerância e barbárie. Depois do caso Geisy Arruda, na Uniban, agora foram estudantes da Unesp, pública, que praticaram o absurdo.

O tal “rodeio de gordas”, criado pelos alunos, consistia em humilhar as alunas obesas. Os estudantes “subiam” nelas e tentavam cronometrar quem conseguia ficar mais tempo “montado”, sem que elas se livrassem da humilhação.

Para mim, isso tem um nome. É tortura. Sadismo. Falta de respeito com o outro. Coisa de quem se acha superior e não está nem aí para o sentimento dos outros.

Triste que aconteça numa universidade pública? Claro. Mas mais importante é que revela o comportamento social mesmo de uma certa “elite” cultural universitária. Que está pouco se lixando para os outros.

Tempos atrás, um deputado foi até mal interpretado ao dizer que estava se lixando para a opinião pública. Mas, em todo caso, disse. E há quem vá mais longe: há quem se lixe para os outros, e pronto.

É o tipo de comportamento que leva alunos a torturarem colegas. E é o tipo de comportamento que leva a votar em qualquer palhaço (literalmente) que se ofereça para ir ao Congresso Nacional.

Afinal, nada vale, a não ser a própria diversão, a folia, a nossa imagem com os outros. “Eu sou assim mesmo. Faço rodeio de gordas”. É o mesmo tipo de raciocínio implícito em: “Eu sou assim mesmo. Voto no Tiririca.”

Respeito ao outro. Isso é o que mudaria nossa sociedade. Mas não é mais divertido olhar alguém sofrendo na frente dos colegas por ser gordo?

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