É possível que quando o Brasil foi escolhido para ser sede da Copa do Mundo – e logo em seguida quando o Rio foi escolhido para ser de da Olimpíada – o PT tenha entendido isso como o auge de um projeto que tentava colocar o país nos holofotes – e por consequência, que consagraria o projeto político petista como aquele que foi capaz de levar o país a um novo nível.
O discurso passava pela economia, que chegou a ultrapassar a britânica e tinha um crescimento inusitado; pelo social, com a saída de milhões da miséria; com a posição do país frente ao FMI; e com uma espécie de recuperação da autoestima do país.
A escolha da Copa do Mundo aconteceu em 2007 – já depois do mensalão mas quando a popularidade de Lula ainda estava no teto. A Olimpíada veio em 2009, quando ele tinha se tornado talvez o presidente mais popular “da história deste país”. Elegeu Dilma do nada, como se isso fosse fácil.
A Copa chegou e, por vários motivos, se tornou um símbolo negativo. Entre a escolha e o evento, tudo tinha começado a desmoronar. Começando pela economia. Mas principalmente pela questão ética. Em 2013, já na Copa das Confederações, vieram os protestos pelo preço dos estádios. Em 2014, já com o escândalo da Lava Jato, para piorar, tudo terminou num vergonhoso 7 a 1.
Agora vem a Olimpíada. De dois anos para cá, o PT perdeu quase tudo o que tinha. Não só a moral pelas conquistas anteriores como o prestígio e, principalmente, qualquer respeito por parte de boa fatia da população. Perdeu também a Presidência. Perdeu tudo.
Lula, de lá para cá, quase foi preso. O partido viu preso o vice-presidente da Câmara, André Vargas; viu preso José Dirceu; viu preso Vaccari, o tesoureiro; viu preso o ministro Paulo Bernardo; viu preso seus marqueteiros… Viu o país mergulhar em recessão, encerrando o milagre econômico. Viu a inflação. Viu o desemprego. Viu o zika…
Agora, terá como recompensa ver seu vice – e sucessor – Michel Temer, ser vaiado na abertura da Olimpíada. Foi o que restou…
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