Um dia depois da morte de uma pessoa nas ruas em uma madrugada gelada de Curitiba, segue sendo pertinente discutir o que se pode fazer por essas pessoas – além de insinuar que a culpa pela morte é da vítima que não quis atendimento, como fez o prefeito Rafael Greca.
O procurador Olympio Sotto Maior, responsável pela área de direitos humanos no Ministério Público do Paraná, deu algumas possíveis respostas para o problema em entrevista à repórter Cristina Seciuk, da CBN.
Veja dois trechos da fala. No primeiro, ele comenta o fato de metade dos moradores de rua abordados nem sequer aceitarem o encaminhamento oferecido pela FAS.
“No contato a ser feito [com o morador de rua] é preciso ter uma proposta concreta da construção de um outro projeto de vida dessas pessoas, que passa pela saúde, pela superação da dependência de álcool e drogas, que passa pela inserção no mercado de trabalho. é o caminho que todo mundo sabe. e com recursos, especialmente um equipamento para um acolhimento adequado.”
No segundo, anotado pela repórter mas que não foi ao ar, diz o seguinte em resposta ao prefeito, que colocou parte da culpa pelo problema nas “forças do mal” que reafirmam o direito de essas pessoas permanecerem nas ruas (indo contra, por exemplo, a ideia de retirá-las à força de onde estão).
“Não defendemos que as pessoas têm que ficar na rua, as pessoas precisam de uma vida com dignidade, a rua não é esse espaço; mas elas precisam de um projeto de reconstrução para escolher sair […] Ninguém está compromissado com o infortúnio”, disse.
Ouça a reportagem inteira da CBN aqui.
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