A relação entre Roberto Requião e o PMDB nacional fica a cada dia mais difícil. A cúpula nacional do partido acha que não faz sentido um senador correligionário de Michel Temer fazer oposição tão dura ao presidente.
Corre à boca pequena a ideia de uma dissolução do diretório estadual, presidido por Requião. Mas Michel Temer, por enquanto, evita a ideia. Até porque sabe que Requião é osso duro de roer e transformaria a vida partidária em um inferno.
Requião começou a confrontar Temer quando votou contra o impeachment de Dilma. Mas depois as coisas só pioraram com o senador sendo o líder da resistência contra a PEC do Teto de Gastos. “O clima é horrível, a relação é muito ruim”, diz um deputado do partido.
Requião e Kátia Abreu seriam os dois senadores peemedebistas na mira da cúpula do partido. Mas ninguém quer começar uma guerra interna antes da eleição para a presidência do Senado, em que o PMDB precisa de força para escolher o sucessor de Renan Calheiros.
Para complicar, Requião também enfrenta contestações dentro de seus domínios (o que não é novidade). Várias lideranças regionais reclamam que o diretório estadual, com Requião presidente, teria dado apoio e dinheiro em quantia desproporcional para Curitiba – onde o filho do senador, Requião Filho, disputou a prefeitura.
Mas a principal reclamação dos deputados estaduais é de que não haveria uma clareza sobre qual é o plano do partido para 2018: Requião será candidato ao governo, ao Senado ou o quê? E que tipo de negociações o partido quer fazer, com quais objetivos? Enquanto isso não for definido, o partido parece à deriva.
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