A bancada de oposição ao governo Beto Richa (PSDB) vai tentar protocolar no início de fevereiro, quando a Assembleia Legislativa volta aos trabalhos, o requerimento de criação de uma CPI da Operação Quadro Negro.
Para que a CPI seja instalada, é preciso ter assinaturas de pelo menos 18 dos 54 deputados estaduais. Hoje, a base do governo Richa é formada por 33 parlamentares. Entre os outros 21 há oposicionistas e um grupo que se considera “independente”.
De acordo com o líder da oposição na Assembleia, Tadeu Veneri (PT), a ideia da CPI não seria apurar o que o Gaeco já está investigando, mas ver, por exemplo, se o dinheiro repassado pela Assembleia Legislativa ao Executivo foi ou não usado para fins ilícitos.
A Assembleia tem devolvido anualmente recursos ao governo do estado, já que não usa integralmente o seu orçamento. Em 2014, o dinheiro devolvido pode ter sido destinado para o pagamento de um aditivo da construtora Valor, a empreiteira investigada por supostamente desviar recursos de obras de escolas públicas no Paraná.
Testemunhas ouvidas pela Operação Quadro Negro afirmam que o dinheiro das obras era depositado pelo governo e, em seguida, sacado em dinheiro vivo. A partir daí, o dono da empreiteira, Eduardo Lopes de Souza, faria uma distribuição do dinheiro.
Segundo os depoimentos, o dinheiro pode ter beneficiado os deputados Ademar Traiano (PSDB), Tiago Amaral (PSB), Plauto Miró (DEM), o conselheiro do TC Durval Amaral e o secretário Pepe Richa. Também há denúncias de que o dinheiro teria sido usado na campanha de reeleição de Beto Richa (PSDB). Todos os acusados negam as denúncias.
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