Faltando menos de 24 horas para o encontro em Brasília no qual discutiria uma aliança ou até mesmo a migração para o PSB de olho na eleição ao governo do estado, o ex-senador Osmar Dias anunciou que, da sua parte, a reunião estava cancelada. Na noite desta segunda-feira (12), ele telefonou ao deputado estadual Luiz Claudio Romanelli, maior entusiasta da filiação do ex-parlamentar ao PSB, e disse que não iria mais à capital federal.
O reflexo da decisão é direto: ele enterra qualquer proximidade com aliados do governador Beto Richa (PSDB) e assume definitivamente o papel de candidato opositor à atual gestão. Nos últimos tempos, Osmar já vinha demonstrando certo desconforto em, no caso de ir para o PSB, ser obrigado a carregar consigo defensores ferrenhos do legado de mais de sete anos da administração do tucano à frente do Executivo paranaense. E esse incômodo crescia na mesma proporção do teor das críticas dele ao governo Richa.
Ao Caixa Zero, o ex-senador relatou que não havia como se aliar ao PSB diante das condições que os deputados do partido alardeavam impor a ele como candidato da legenda, sobretudo em suavizar as críticas ao atual governador. Questionado sobre por qual partido disputará o pleito de outubro, Osmar foi direto: PDT.
Sobre a mesa do ex-parlamentar, porém, ainda há um convite em aberto do PMDB. Na semana passada, o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, telefonou a ele a respeito do assunto. Tornar-se peemedebista daria a Osmar o maior tempo de televisão no horário eleitoral e também o maior bolo do fundo partidário — atrás apenas do PT.
Mas, ainda que educadamente recuse a proposta peemedebista, uma aliança entre ele e o senador Roberto Requião, a essa altura do campeonato, parece inevitável. Outro partido especulado nessa composição é o PRB, de onde poderia vir o vice de Osmar: o atual presidente da Fiep, Edson Campagnolo, ou o ex-prefeito de Pinhais Professor Luizão.
Sobre o assunto, o pedetista foi enigmático: “Nada vai se resolver antes da hora”. A primeira data fatal do processo eleitoral é 7 de abril, quando todos deverão estar devidamente filiados aos partidos pelos quais pretendem concorrer e também quando Richa terá de decidir se renuncia para disputar o Senado. Já as convenções que definirão candidatos e coligações deverão ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto.