Quando Ratinho Jr. (PSD) foi à Justiça para tentar barrar a pesquisa do Ibope havia duas explicações possíveis. Ele estava bem demais na fita e, por modéstia, não queria que seus eleitores soubessem disso. Ou então a coisa não estava tão bonita assim (o que poderia ter sido relevado pelas pesquisas internas).
Veja os números da pesquisa aqui.
Não é de espantar que a verdade pareça ser a opção número dois. Os números do Ibope mostram Ratinho como franco favorito. Mas talvez não com a diferença avassaladora que seria de se esperar depois da desistência de Osmar Dias (PDT).
Analisando os votos válidos, percebe-se que a vantagem de Ratinho sobre a soma de seus adversários é magra. Magérrima: 52% a 48%. Um vento diferente que sopre e teremos um segundo turno. Pior, do ponto de vista de Ratinho: ele está em campanha há mais de ano; vários oponentes botaram a cara para o eleitor só agora.
Ratinho vem patinando nesses 30% desde a época em que Osmar estava no páreo. Seu grande adversário saiu e… ele ficou no mesmo patamar. Em abril, uma pesquisa Ibope já mostrava Ratinho com 34%, um ponto acima do que tem hoje.
Leia mais: Eleição de Beto Richa para o Senado parece mesmo ameaçada
A rejeição, de 14%, é baixa, o que em tese mostra que há espaço para crescer. Mas, por outro lado, todo mundo já sabe que ele é candidato. Quem não optou por ele até agora talvez simplesmente não queira entrar nessa canoa.
A situação se parece muito com o que aconteceu na disputa pela prefeitura de Curitiba, em 2012, quando Ratinho cresceu até um patamar equivalente, ganhou o primeiro turno e depois foi presa fácil para Gustavo Fruet (PDT) no segundo turno.
Cida Borghetti (PP) foi quem ficou na posição de principal desafiante. Seus 15% mostram que o uso da máquina fez bem à candidata. Mas não há máquina que faça milagres. A partir de agora, Cida terá de mostrar mais do que uma caneta capaz de destinar bilhões às prefeituras. Terá de se ver com o eleitor.
DESEJOS PARA O PARANÁ: Estímulo à inovação
Dos três primeiros colocados, quem pode dizer que ficou feliz é João Arruda (MDB). Seus 5% não são grandes coisas. Mas sua candidatura foi lançada há menos de um mês. Ninguém sabe quem ele é, muito menos que é o candidato de Roberto Requião (MDB).
Há um grande vácuo à esquerda, uma pista enorme para que algum candidato cresça. Dr. Rosinha carrega o estigma do PT. Arruda pode ocupar esse espaço e, quem sabe, sonhar até em ultrapassar Cida no segundo lugar.
A pesquisa Ibope, encomendada pela RPC, ouviu 1.008 eleitores paranaenses entre 19 e 21 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos e o índice de confiança, de 95%. Registro no TRE: PR-04869/2018. OBS: A pesquisa está sendo impugnada por duas representações eleitorais, ajuizadas por interessados diversos, segundo os quais a pesquisa não atendeu aos requisitos previstos na Resolução n. 23.459/TSE, especialmente quanto à insuficiente estratificação para o nível econômico dos eleitores respondentes.
A pesquisa de abril citada no texto, feita pelo Ibope, entrevistou 1.008 eleitores em todo o Paraná, entre os dias 03 e 05 de abril de 2018. O nível de confiança do levantamento é de 95%, e a margem de erro é de 3% para mais ou para menos. A pesquisa, registrada no TRE com o número 06410/2018, foi encomendada pela rádio CBN Cascavel.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS