As empresas de ônibus de Curitiba que tinham adiado parte do pagamento do vale dos motoristas e cobradores quitaram suas dívidas nesta quinta-feira, de acordo com o sindicato patronal. Isso significa que, pelo menos por enquanto, o risco de uma greve no sistema está descartado.
No entanto, continua sendo seguido o roteiro que, nos últimos anos, tem sempre levado a paralisações dos ônibus da cidade. E esse roteiro costuma levar, posteriormente, a um aumento da tarifa do transporte coletivo, hoje em R$ 3,30.
O histórico tem sido esse: as empresas reclamam da situação financeira e dizem que com o que recebem da Urbs não têm como quitar seus compromissos. Mas as empresas estão impedidas por contrato de simplesmente paralisarem o serviço: isso seria o que se chama de locaute, ou greve patronal. Daria margem para que a Urbs inclusive cancelasse as concessões.
O próximo passo no roteiro é as empresas começarem a atrasar o pagamento dos motoristas e cobradores. E eles sim podem parar o sistema. Foi o que começou a acontecer novamente neste mês de outubro, logo depois de a prefeitura ter dito não para a tarifa técnica desejada pelos empresários.
As empresas pedem tarifa de R$ 3,40 (o valor que elas recebem por passageiro, e não o que o passageiro paga). A prefeitura reajustou o valor para R$ 3,21, descontando o dinheiro que, segundo a Urbs, serviria para comprar ônibus novos. O desconto se dá porque as empresas conseguiram na Justiça o direito de não renovar a frota, o que faz com que mais de 180 ônibus circulem hoje com prazo de validade vencido.
Levantamento do Livre.Jor, grupo especializado em análises de dados e informações públicas, mostrou que ao longo dos anos as greves dos trabalhadores do sistema são seguidas de aumentos na tarifa paga pelos passageiros. Das 11 greves pós-plano real, seis tiveram aumento de tarifa em menos de 90 dias. E quatro em menos de 20 dias.
No caso do atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), duas greves não levaram a aumentos imediatos. A terceira, sim. Em apenas nove dias.
Siga o blog no Twitter.
Curta a página do Caixa Zero no Facebook.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS