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Para os novos eleitores, o Plano Real é tão antigo quanto o atentado da Rua Toneleros

FHC

No ano que vem, o Plano Real, que nos livrou da praga da hiperinflação, completa 20 anos. Foi anunciado em 1994, no último ano do governo Itamar Franco, pelo então ministro Fernando Henrique Cardoso. Seu sucesso foi tão grande que acabou elegendo FHC duas vezes para a Presidência. Não era para menos: a população, que chegou a conviver com inflação de mais de 2.000% ao ano, sabia da importância de ter na mão uma moeda que não evaporava.

O PSDB soube capitalizar o triunfo que, aliás, era de outro. O mérito no mínimo tinha de ser dividido com Itamar, o presidente. Fernando Henrique era só o ministro. (Ninguém nunca ouviu o PSDB dizer que os méritos econômicos dos oito anos de FHC sejam de Pedro Malan… Dois pesos, duas medidas.) Mas em 2002 perdeu o poder e passou a renegar seu único ex-presidente. Agora fala-se em “recuperar o legado” de Fernando Henrique. Tarde demais.

Boa parte dos eleitores, a partir de agora, já nem conviveu com a hiperinflação. Acham que 6,5% ao ano é alto (e até é, mesmo). Não fazem a mínima ideia do que é ter de correr para fazer o rancho antes de o dinheiro sumir da carteira. Muito menos enfrentaram as filas da época de Sarney ou tiveram o dinheiro confiscado pelo governo absurdo de Fernando Collor. Não conhecem o problema e não darão o devido peso à sua solução, que curiosamente (se levada a sério a autoria trucana) seria o maior trunfo do PSDB em qualquer eleição.

A cada ano que passar, mais eleitores que nunca viveram a híper chegarão à idade de votar. E o PSDB, para eles, será o partido que governa São Paulo, o partido que critica o PT ou o partido daquele cara de Minas que se recusou a fazer bafômetro na blitz. O Plano Real? Será estudado nos livros de História, junto com a Encilhada e o atentado da Rua Toneleros..

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