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Deputados federais paranaenses ouvidos pelo blog afirmam que a possível estratégia de defesa de Eduardo Cunha, supostamente vazada nesta quinta-feira, complica ainda mais o presidente da Câmara. Mais ainda não o derruba.

Notícia divulgada nesta quinta afirma que Cunha tentará alegar que não mentiu ao dizer que não tinha contas na Suíça – esse é o motivo do processo contra ele no Conselho de Ética, a mentira. Para escapar da acusação de quebra de decoro, Cunha tentaria convencer seus pares de que falou apenas uma “meia verdade”.

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A ideia seria dizer que ele controlava as contas no estrangeiro, conforme ficou comprovado recentemente, mas que elas não estavam em seu nome. Por isso, não eram tecnicamente dele. A mentira aos pares pode levar não só à perda da presidência da Câmara como à perda do próprio mandato. Mas quem julga se é o caso de tomar essas medidas são os próprios deputados.

“Não tem dúvida de que essa explicação, se for realmente usada, vai complicar ainda mais para ele”, diz um deputado que, em off, admite ter votado em Cunha para a presidência, mas que não quer ser identificado. “Mas a minha impressão é de que ele ainda tem base para escapar da punição no Conselho de Ética.”

Para um deputado do PMDB, a questão se resume a uma tecnicalidade. “Ele precisa provar que não mentiu. Ele não está sendo julgado no Conselho de Ética nem por enriquecimento ilícito nem por envio de dinheiro ao exterior, nada disso. Mas por mentir”, afirma. Por isso, para o parlamentar, o que terá de se decidir é se a frase dita em março à CPI se sustenta frente aos novos indícios.

Na ocasião, questionado sobre uma possível conta na Suíça, Cunha disse o seguinte: “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu imposto de renda”. A comprovação das contas, posteriormente, colocou o presidente em xeque.

Os partidos de oposição ao governo federal são os que estão em situação mais delicada no julgamento. “A morte política do Cunha só interessa ao governo. Para a oposição interessa o impeachment da Dilma”, diz um parlamentar. No entanto, para manter o discurso da ética, PSDB e agregados não podem defender Cunha num caso de corrupção.

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O PSDB aparentemente vai liberar seus dois representantes no Conselho de Ética para votarem como quiserem. O PPS, que pediu o afastamento temporário de Cunha, vai fazer o mesmo.

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