Uma nomeação feita para a diretoria de Itaipu às vésperas da votação do impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados foi desfeita nesta sexta-feira, apenas oito dias depois. O decreto que colocou Marcos Antônio Baumgärtner como diretor administrativo da usina foi declarado sem feito.
Baumgärtner seria indicação do deputado federal Fernando Giacobo, do PR paranaense. Giacobo vinha declarando voto a favor do impedimento de Dilma, mas depois da nomeação teria mudado de ideia.
A nomeação de Baumgärtner para um cargo disputadíssimo (Itaipu, como estatal binacional, não precisa respeitar tetos de funcionalismo) causou fúria dos dois lados em Brasília. De um lado, petistas chiavam por causa da exoneração de Edésio Passos, historicamente ligado ao PT e a Lula, para abrir caminho à nomeação. De outro, a oposição falava em mercadão de cargos.
Para tentar reverter a situação, ruralistas fizeram pressão pesada em Giacobo. Abelardo Lupion chegou a ir a Brasília para conversar com o deputado. Na hora agá, ninguém sabia o que Giacobo iria fazer. Por isso, seu voto “sim”, pelo impeachment, foi tremendamente comemorado pela oposição.
O governo, claro, ficou estarrecido. “O cara foi um canalha”, teria dito o deputado Silvio costa, do PTdoB. Dando a entender, claro, que um acordo em troca do cargo teria sido descumprido.
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Nesta sexta, o novo decreto no Diário Oficial dá novamente o cargo a Edésio Passos. Em nota no seu site, Itaipu fala brevemente sobre o tema, sem entrar em detalhes:
“O Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 22, tornou sem efeito a nomeação de Marcos Antonio Baumgärtner como diretor administrativo de Itaipu. Com isso, o advogado Edésio Passos volta a ser o titular do cargo.”
Atualização: O deputado, em nota, nega ser parente de Baumgärtner e ter feito a indicação. Por isso o post foi mudado.
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