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O jornalista Paulo Martins, do SBT, foi “lançado” nesta semana como pré-candidato a prefeito de Curitiba pelo PSC, de Ratinho Jr. Na entrevista abaixo, concedida por escrito, ele comenta a situação do partido para as eleições do ano que vem.

Qual é a situação da sua possível candidatura. Ela está posta? O sr. se lançou na reunião do partido nesta semana?

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Não houve um lançamento. O candidato do PSC é o Ratinho Jr, que lidera todas as pesquisas de intenções de voto. No entanto, todo partido precisa de alternativas e meu nome está à disposição do PSC como uma delas. Nada de mais.

O sr. conversou com os correligionários? Qual o ambiente para o lançamento de uma candidatura própria?

Todos no partido são entusiastas da candidatura de Ratinho Jr. Na remota hipótese dela não acontecer, o partido tem que escolher entre um nome alternativo dentro de seus quadros ou apoiar um candidato de outra legenda. Há correligionários que preferem uma aliança e outros que preferem a candidatura própria. É uma “tensão” positiva, uma conversa normal dentro de um partido.

O lançamento de outro nome depende de uma desistência do Ratinho?

Claro. Como disse, Ratinho Jr. lidera as pesquisas é o candidato natural. Outra candidatura só ocorrerá se ele escolher não disputar a eleição de 2016.

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Seu discurso tem sido visto como radical, e o sr. mesmo parece ter certo orgulho de se chamar de reacionário. Seria esse o tom da campanha?

Meu discurso é visto como radical pelo petismo, pois sempre me posicionei contra o projeto corrupto e totalitário do Partido dos Trabalhadores. Meu posicionamento contra o gigantismo do Estado também assusta aqueles que ludibriam o povo jurando que defendem o patrimônio público quando, na verdade, preocupam se apenas com as próprias benesses estatais.

No mais, desde a Revolução Francesa o termo reacionário é usado de forma pejorativa pela esquerda para desqualificar aqueles que reagem aos seus interesses. Durante muito tempo isso colocava as pessoas na defensiva. Passei a ironizar o termo para reduzir seu poder de desqualificação. De qualquer forma, gosto muito de uma definição do Nelson Rodrigues, que questionado por Otto Lara Resende sobre “o que é ser reacionário?”, respondeu: ser reacionário é reagir contra tudo o que não presta. Nesse sentido, não me importo por ser chamado de “ o reacionário”.

Caso seja candidato, a campanha não será limitada a isso. A posição de valor estará presente, mas também não abro mão de apresentar propostas tecnicamente detalhadas para a solução de problemas existentes e também para o direcionamento futuro da cidade. No Brasil, tornou-se comum publicitário fazer até plano de governo. É um desrespeito às pessoas que pagam impostos escorchantes e eu não admitirei isso. Uma candidatura minha jamais será uma peça publicitária. Sempre terá propostas com embasamento técnico e conteúdo ideológico.

E, por fim, por que o sr. acha que poderia ser um bom prefeito?

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Posso ser um bom prefeito por entender qual é a raiz do problema e ela se chama “Estado”. Isso engloba sua ineficiência, suas intervenções irracionais e seu apetite insaciável pelo dinheiro das pessoas. Isso não significa deixar de prestar serviços, longe disso, mas é uma mudança de modo. É preciso reduzir o aparato burocrático, racionalizar processos e assim ganhar em eficiência e qualidade nos serviços que deve prestar. É uma questão conceitual. Qualquer administrador capaz que adota um conceito errado causará um desastre administrativo, como vemos hoje. A atual situação da União, dos estados e municípios demonstra que o conceito do “Estado elefante” está falido. É preciso tomar outra direção e é a isso que me proponho. Como disse Ronald Reagan, o Estado não é a solução, é o problema.

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