O PMDB tem todos os problemas do mundo. A fama de fisiológico é merecida. A de adesista, idem. O partido tem abrigado as oligarquias mais vetustas do país e se dependurado em todo e qualquer governo que possa lhe dar cargos. Dito isso, é preciso reconhecer: a escolha de candidato (ou de não candidatura) no Paraná tem sido mais democrática do que estamos acostumados no país.
O processo típico de escolha de candidato no Brasil tem sido o do dedaço. Um líder ou um grupo de caciques se reúne, conversa, pesa o que lhes será mais favorável e toma sua decisão sem consultar ninguém. É o caso de Dilma, indicada por Lula. É o caso de Richa, indicado numa reunião da executiva do partido. Foi o caso da candidatura de Luciano Ducci, escolhido a dedo por Richa.
A convenção do PMDB paranaense está longe de se parecer com as prévias ideais. No melhor dos mundos, todos os filiados teriam voto direto. Mas pelo menos a convenção é grande, não inclui os poucos mandatários de sempre, e exige uma campanha de convencimento por parte dos pré-candidatos. O jogo é bruto? Claro. Mas pelo menos é feito em campo mais aberto. Há possibilidade de corrupção? Há. Mas quanto mais gente envolvida, mais chance de vazamentos, de transparência.
No Brasil até mesmo o PT, que tinha certa tradição de prévias, vem aderindo ao dedaço. Recentemente, um petista tirava sarro dos tucanos dizendo que no PSDB três ou quatro dirigentes se reúnem e decidem a candidatura tomando vinho. O PT não anda muito diferente. Sendo assim, pelo menos é preciso elogiar quando há um resquício de democracia interna como estamos vendo no pemedebismo local.
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