Um vídeo que corre a Internet mostra soldados da Rotam paranaense fazendo exercícios físicos enquanto cantam uma letra agressiva e violenta. Na música, os militares falam em “mirar na cabeça”, “bater na cara”, “arrancar a pele e esmagar os ossos”. E depois de um verso sobre jogar o corpo “na vala” falam em “rezar um Pai Nosso”.
Publicado no Facebook pela página Admiradores da Polícia Militar do Paraná, o vídeo teria sido filmado na Academia do Guatupê, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Postado em março, o vídeo tem perto de 200 mil de visualizações e foi compartilhado quase duas mil vezes.
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A música é parte de um repertório conhecido como “Canções TFM”, abreviação que significa Treinamento Físico Militar. Muitas delas falam sobre atos violentos. A Polícia Militar do Paraná diz que esse tipo de canção está “caindo em desuso”.
O vídeo causou revolta e apoio na internet: veja alguns comentários disponíveis nas redes sociais.
No trecho audível no vídeo, a letra diz o seguinte:
“Eu miro na cabeça, atiro sem errar
Se munição eu já não tiver, pancadaria vai rolar
Bate na cara, espanca até matar
Arranca a cabeça e explode ela no ar
Arranca a pele e esmaga os seus ossos
Joga ele na vala e reza um Pai Nosso.”
Questionada pelo blog, a Polícia Militar do Paraná emitiu uma nota em que afirma que esse tipo de música não é proibido, mas afirma que a polícia paranaense se pauta por seu “dever constitucional”, o que inclui evitar a violência desnecessária. Veja a nota na íntegra:
“Apesar de estarem caindo em desuso, estas canções são utilizadas pelas forças de segurança pública no Brasil e no mundo inteiro. Na PM do Paraná, apesar de não haver orientação proibitiva, alguns grupos as utilizam durante treinamento. No entanto, a PM destaca que estas canções não determinam a formação e nem a conduta de atuação dos policiais militares nas ruas diariamente.
A Polícia Militar, em sua missão constitucional, se pauta pela atuação de policiamento comunitário, em consonância com os Direitos Humanos e de absoluto respeito à dignidade da pessoa humana.”
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