Justine Greening: secretária da Educação do Reino Unido.| Foto:

O Ministério da Educação britânico adverte: nascer pobre pode te manter em desvantagem para o resto da vida, independente do que você faça e de quanto talento você tenha. Ou, em outras palavras, a ideia de que trabalhar muito supera a desigualdade de nascimento é uma balela. Isso foi dito por um governo do Partido Conservador, de direita.

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Quem admitiu isso em público foi a secretária de Educação do Reino Unido. Ela citou estudos que comparam a situação financeira na vida adulta de crianças que tiveram origens diferentes. Talvez a mais reveladora seja a situação das crianças menores.

Pesquisadores viram a capacidade de desenvolvimento cognitivo de crianças de cinco anos. Viram quais eram as mais inteligentes. E acompanharam o seu desenvolvimento ao longo da vida. O resultado, segundo  Justine Greening, a secretária da Educação da Grã-Bretanha, é que as crianças de famílias ricas com sinais de baixo desempenho têm 35% mais chances de ter salários maiores do que as crianças de famílias mais pobres com alta capacidade de desenvolvimento.

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Ela acrescentou: “Pessoas formadas na faculdade vindas de famílias pobres que conseguem um emprego no alto da pirâmide recebem, em média, um salário anual 2,2 mil libras menor do que os colegas que nasceram em famílias mais ricas – mesmo se tiveram a mesma educação, desempenham a mesma função e têm a mesma experiência”.

Isso é percebido pela população. Uma pesquisa realizada pela Comissão de Mobilidade Social do Reino Unido  revelou que 45% dos britânicos acreditam que “o lugar que você acaba tendo na sociedade é determinado principalmente pelas suas origens e por quem seus pais foram”. Apenas 29 por cento das pessoas acreditavam que a Grã-Bretanha é “meritocrática”.

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