Políticos são sensíveis ao comportamento do eleitor. Preferem ficar de mal com a família do que tomar uma atitude impopular. Por isso, ao ver que o paranaense estava migrando em massa para a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), quase todos os políticos relevantes do estado fizeram o mesmo.
Contam-se nos dedos os políticos do estado com mandato que não aderiram ao novo presidente. Fora os petistas, apenas o grupo (cada vez menor) em torno de Roberto Requião (MDB) aderiu explicitamente a Fernando Haddad (PT). E fora isso houve os que decidiram se manter neutros, para não se complicar depois.
O movimento se mostrou prudente. No Paraná, Bolsonaro fez pouco mais de 68% dos votos. Ou seja: contou com o apoio de dois terços dos paranaenses que decidiram votar em algum dos candidatos. Em Curitiba, a margem foi ainda maior: mais de 75% preferiram Bolsonaro, quando excluídas as abstenções e os votos brancos e nulos.
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Se você imaginar que a próxima eleição é para prefeito, faz sentido. Ninguém quer, de cara, sair batendo de frente contra três quartos do eleitorado. Ainda mais apostando num candidato do PT, hoje visto na “República de Curitiba” como equivalente a defesa da corrupção.
No entanto, caso Fernando Francischini (PSL) saia mesmo candidato, a postura “bolsonarista” dos demais pode parecer absolutamente inócua. É ele quem terá o voto dos fãs do presidente (caso ele consiga manter o moral elevado até lá).
De qualquer modo, o eleitor que até lá estiver descontente com Bolsonaro pode também desconfiar de quem ficou grudado à sua imagem. E a política é assim: em dois anos, tudo muda. Por isso, a indecisão de alguns candidatos até lá poderá ser vista como prudência, ou como mera pusilanimidade.
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