O que você faria se recebesse uma mensagem de um conhecido no WhatsApp pedindo uma transferência imediata de R$ 1 mil ou R$ 2 mil? Alguns políticos paranaenses pelo jeito acharam o pedido normal e chegaram a fazer o depósito.
A quadrilha desbaratada nesta semana no Maranhão, especializada em clonar celulares de políticos, tinha passado pelo Paraná antes de chegar aos telefones dos ministros de Temer. E, dentre outros, clonaram o celular da atual governadora, Cida Borghetti (PP).
O curioso é que, ao receber o pedido de ajuda de Cida (na verdade, dos bandidos), vários amigos da governadora de fato fizeram os depósitos solicitados.
Líder do governo de Beto Richa na Assembleia Legislativa, Luiz Claudio Romanelli (PSB), morreu com R$ 2 mil no golpe. “Recebi a mensagem, fizemos uma conversa rápida e achei que era mesmo ela”, diz o deputado. Segundo ele, as mensagens eram convincentes.
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“Dizia que ela precisava fazer um pagamento e que me devolveria o dinheiro em seguida”, conta Romanelli que, por coincidência, também teve o seu telefone clonado pelo mesmo grupo.
Outro que fez um depósito achando que era para Cida Borghetti foi o atual secretário do Planejamento, Fernando Ghignone (PSDB). “Quem nunca ficou nessa situação de precisar de um dinheiro e não ter a quem recorrer. Acreditei na história”, conta ele.
Ghignone diz que não lembra quanto dinheiro transferiu, já que a história tem alguns meses. “Um amigo me perguntou se não foi muita ingenuidade. Eu disse que se recebesse uma mensagem dele teria feito o mesmo. Ainda mais que o telefone da Cida não é qualquer um que tem”, diz.
Não foram só políticos. Walter Petruzziello, empresário e pai do vereador Pier Petruzziello, teria sido outro a cair no golpe usando o telefone da então vice-governadora.
Romanelli conta que, quando clonaram o telefone dele, também houve depósitos. “O [deputado Edson] Praczyk depositou mil reais. Um oficial da PM também fez transferência. Acabei me sentindo na obrigação de devolver o dinheiro, embora não tenha recebido”, diz ele.
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