A cada dia que passa, o boato toma corpo e vai se transformando em verdade. Já faz uma semana que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) escolheu o atual procurador-geral de Justiça, Ivonei Sfoggia, como nome mais votado para comandar o órgão no biênio 2018-2020. Desde então, a lista tríplice permanece intacta na mesa do governador Beto Richa (PSDB) no aguardo de que ele siga a tradição e confirme a escolha feita pelos membros do MP.
Ivonei Sfoggia recebeu 625 votos; e os procuradores de Justiça Leonir Batisti e Marcos Bittencourt Fowler tiveram, respectivamente, 427 e 419 votos. A lista, então, foi encaminhada a Richa, para escolher o próximo chefe do MP num prazo de 15 dias.
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Mas o que parecia uma mera formalidade para a nomeação de Sfoggia transformou-se num cavalo de batalha. Além de críticas que o atual procurador-geral teria feito a Richa na campanha pela reeleição, pesaria contra ele, sobretudo, a Operação Publicano.
Deflagrada em 2015 para investigar um esquema de corrupção na Receita Estadual, a operação aponta que os desvios teriam abastecido a campanha do tucano em 2014. Richa sempre criticou a atuação dos procuradores do MP em Londrina e, nesta terça-feira (20), conquistou uma importante vitória a respeito do tema.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) trancou o inquérito 1093, que tramitava de forma sigilosa no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e investigava justamente Richa. O principal motivo da decisão foi o acordo de colaboração premiada do ex-auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, firmado pelo MP do estado e homologado pela 3.ª Vara Criminal de Londrina, apesar de envolver um governador, com prerrogativa de foro em Brasília.
Escolha difícil
Ainda que decida não nomear Sfoggia, Richa também não deve escolher Leonir Batisti, que, como coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), sempre pegou pesado nas investigações contra o governo do estado. Sobraria Marcos Bittencourt Fowler, que é subprocurador-geral de Justiça para Assuntos de Planejamento Institucional.
O caso mais emblemático de desrespeito à lista tríplice envolveu o ex-governador Roberto Requião (PMDB) em 2004. Na ocasião, ele nomeou o procurador Milton Riquelme de Macedo, que havia ficado atrás da então procuradora-geral de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes.
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