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Por que Richa se empenhou tanto em destruir Fruet?

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A eleição de 2016 deixou claro aquilo que todo mundo já percebia há pelo menos quatro anos: Richa não tolera a ideia de dividir os holofotes com Gustavo Fruet. Embora os dois tivessem sido parceiros de longa data, desde 2012 Richa fez tudo o que pôde para esmagar a carreira de Fruet. Pode não ter conseguido acabar com ela, mas certamente deixou o oponente momentaneamente no chão.

A disputa entre os dois começou em 2012. Até ali, os dois andavam juntos por aí, pedindo votos um para o outro, como aconteceu em 2010. Mas mesmo nessa época havia atritos. Beto já era o macho alfa do PSDB local e só aceitou a candidatura de Fruet ao Senado quando ficou sem a opção de um acordo com Osmar Dias. Fruet até hoje acha que, se tivesse lançado a candidatura antes, seria senador.

Em 2012, porém, a corda rompeu de vez. Fruet insistia que era o candidato da vez no partido. Fazia sentido; tanto é que, mesmo em um partido menor e com uma coligação mais frágil, se elegeu prefeito. Mas Beto não aceitava alguém com um potencial eleitoral desses dividindo a atenção no partido. Veja o que já tinha feito com Alvaro Dias (o senador acabou tendo de sair para o PV para poder manter alguma independência).

Luciano Ducci, o escolhido por Richa para ser seu sucessor, era alguém eleitoralmente frágil que jamais poderia sair debaixo de sua asa. Beto quis fazer com ele o mesmo que Lula fez com Dilma: eleger alguém que tivesse claramente na cabeça, o tempo todo, a dependência em relação ao seu padrinho. Mas o plano, como se sabe, não deu certo: Ducci nem sequer chegou ao segundo turno.

Na prefeitura, como ficou ainda mais claro agora, Richa perseguiu Fruet de várias maneiras. A principal foi o transporte coletivo. Preferiu dar o dinheiro para as empresas metropolitanas e deixar o prefeito com a pecha de ter desintegrado a rede de transportes. Agora, com Greca eleito, rapidamente Richa anunciou que há, sim, dinheiro para a reintegração e milhões em subsídios para Curitiba.

Na eleição de 2016, houve ainda quem tentasse uma trégua entre os dois. Que Richa pelo menos mantivesse a neutralidade. Mas aí veio o pensamento pragmático de quem está acostumado a querer ser o dono da cena eleitoral. Se perdoasse a Fruet a “traição” de sair do partido e enfrenta-lo, a desfeita de derrotá-lo na sua própria casa, em Curitiba, estaria deixando claro que perdoa os inimigos.

Dizem que Roberto Requião, depois de ganhar a Fiep apoiando Rocha Loures, viu o apadrinhado se afastar dele. Na reeleição, Requião lhe negou apoio e, convidado para a segunda posse, se negou a ir. Nos bastidores, a história que corre é que ele teria dito que, se perdoasse Rocha Loures, todo mundo ia achar que podia fazer o mesmo com ele.

Aliás, Requião fez praticamente o mesmo que Richa com Fruet. Em 2000 e 2004, Fruet tentou disputar a prefeitura pelo PMDB. Nas duas vezes foi sabotado pelo dono da legenda. Por isso saiu do partido. Por ironia, caiu no PSDB de Richa…

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