Miguel Nicolelis é, na minha opinião, modesta, claro, o mais admirável brasileiro vivo. Se eu estiver certo, vai ser o nome desta geração que vai ficar para a posteridade: mais do que Lula, mais do que Fernando Henrique Cardoso.
Nesta semana, ele ganhou um prêmio de R$ 4,5 milhões para desenvolver seus estudos sobre o cérebro humano. É só mais um passo nas imensas conquistas que o neurocientista conseguiu nos últimos anos.
Nicolelis já foi capa da Science. Já foi escolhido pela Scientific American como um dos acientistas mais importantes do mundo. É cotado para o Nobel de Medicina.
Mas, mais importante do que os prêmios e honriarias, é o trabalho que o leva a isso. Nicolelis trabalha com o que se chama de interface cérebro/máquina.
Basicamente, ele tenta tornar possível que o cérebro humano comande coisas que não pertencem ao corpo. Por exemplo: um braço, uma perna mecânica.
Em teoria, o trabalho dele pode, num futuro não muito distante, fazer alguém que perdeu um braço ter o braço de volta.
Pode, inclusive, fazer com que um paraplégico volte a andar, com a ajuda de equipamentos.
Para se ter uma ideia: Nicolelis e sua equipe já conseguiram fazer uma macaca comandar um computador com o cérebro, estando ela de um lado do mundo e o computador de outro.
Além de dar aula em Duke, nos EUA, Nicolelis também tem uma sede no Brasil. Criou um instituto gigantesco de neurociência em Natal, no Rio Grande do Norte.
Lá, faz pesquisa e criou uma escola para as crianças locais. Para o câmpus do cérebro, ganhou – sem nenhum custo – um supercomputador de milhões de dólares, doado pela Suíça exclusivamente em função da moral que o cientista tem na comunidade internacional.
Nicolelis prometeu transformar o Rio Grande do Norte “numa Califórnia”. E eu acredito nele.
Sobre a comparação com Lula e FHC. Alguém se lembra quem era o presidente na época de Oswaldo Cruz?
Daqui a décadas, poderemos seremos lembrados como os brasileiros que foram contemporâneos de Miguel Nicolelis. Vale a pena acompanhar o seu trabalho.
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