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Na lista dos autores que eu nunca li mas quero ler em breve está Tony Judt. Um inglês, historiador, que está morrendo de uma doença degenerativa. Ele escreveu um livro famoso sobre o pós-guerra. E um recentemente sobre até onde o Estado pode interferir na vida das pessoas. Veja esse trecho dele, sobre desigualdade. (A tradução é manca, mas é como eu consigo fazer).

Eu acho que o que nós precisamos é um retorno a uma crença não na liberdade, porque isso é facilmente convertido em alguma outra coisa, mas na igualdade. Igualdade, que não é a mesma coisa que uniformidade. Igualdade de acesso à informação, igualdade de acesso ao conhecimento, igualdade de acesso à educação, igualdade de acesso ao poder e à política. Nós deveríamos estar mais preocupados do que estamos com a desigualdade de oportunidades, seja entre jovens e velhos, ou entre pessoas com habilidades diferentes ou de diferentes regiões de um país. É uma outra maneira de falar de injustiça. Nós precisamos redescobrir uma linguagem de divergência. Não pode ser uma linguagem econômica, já que parte do problema é que por muito tempo nós temos discutido política numa linguagem econômica onde tudo tem sido sobre crescimento, eficiência, produtividade e riqueza, e não o suficiente sobre ideais coletivos em torno dos quais nós possamos nos unir, que possam nos deixar com raiva juntos, que possam nos motivar coletivamente, seja na questão da justiça, desigualdade, crueldade ou comportamento ético. Nós jogamos fora a linguagem com a qual fazer isso. E até que nós redescubramos essa linguagem como nós poderemos nos unir? Nós não podemos nos unir com base nas ideias do século 19, ou do século 20, de progresso inevitável ou da progressão histórica do capitalismo para o
socialismo ou o que for. Nós não podemos acreditar mais nisso E, de qualquer maneira, isso não pode fazer o trabalho por nós. Nós precisamos redescobrir nossa própria linguagem da política.

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