Foto: Antônio More/Gazeta do Povo. | Foto:

O principal argumento de quem defende uma legislação mais liberal para compra, venda e porte de armas é de que os bandidos já estão armados: o que está em jogo é se o “cidadão de bem” terá ou não como se defender. No entanto, a cada vez que acontece um massacre com armas de fogo, como dessa vez em Las Vegas, fica claro que a facilidade de acesso a armamentos traz muitos riscos.

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Na noite deste domingo (1), cerca de 58 pessoas foram assassinadas e outras 515 feridas quando um atirador abriu fogo em um festival de música country em Las Vegas. Protegido no 32º andar do resort Mandalay Bay, Stephen Paddock, de 64 anos, abriu fogo contra o público que acompanhava os shows ao ar livre.

Simplesmente não havia o que uma das vítimas pudesse fazer caso estivesse armada. A defesa, neste caso, não estava ao alcance do cidadão comum. E o que coloca as armas nas mãos dos atiradores em vários desses casos? Exatamente a legislação superliberal norte-americana.

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Lei liberal

Os cidadãos norte americanos têm o direito ao porte de armas assegurados pela – famosa – segunda emenda à Constituição. Uma pesquisa feita pelo Centro de Política de Violência usou dados do FBI para mostrar que para cada “bandido morto” com uma arma de uso particular, 112 morrem a tiros.

Os números que correspondem ao ano de 2012 mostram que desses 112 inocentes, 34 são assassinados e 78 são suicidas; outras duas mortes ocorrem por conta de acidentes (a famosa história de que alguém estava brincando com a arma ou manipulando de maneira errada).

No governo Obama, houve tentativas de tornar o acesso a armas de fogo mais difícil. Num episódio famoso, o presidente chegou a chorar em público ao falar sobre a morte de adolescentes assassinados em mais um massacre, anunciando medidas administrativas para tentar diminuir o problema.

Leia mais (em inglês) no Washington Post: Armas na América.

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No Brasil

Tramita no Congresso brasileiro o Estatuto de Controle de Armas de Fogo, proposto pela Bancada da Bala para “suavizar” Estatuto do Desarmamento. Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) é o autor do projeto que pretende facilitar o acesso à armas de fogo no país.

Caso o novo estatuto seja aprovado pelo plenário a idade mínima para comprar armas cai de 25 para 21 anos, agentes socioeducativos, senadores e deputados terão o porte de arma assegurado por lei e o impedimento que proíbe pessoas que respondam a processo criminal ou inquérito policial de terem armas cai por terra.

Mendonça é um dos responsáveis pela “Frente Parlamentar Armas pela Vida”. Apesar de parecer um paradoxo, o “Armas pela Vida” quer garantir ao cidadão a amplo direito à auto defesa, a proteção da família e da propriedade.

Segundo o Atlas da Violência de 2017 e o Fórum brasileiro de Segurança Pública, em 2015 foram 59 mil homicídios cometidos no Brasil. Desse total mais de 42 mil foram mortes causadas por arma de fogo.

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Leia mais no G1: Maiores ataques a tiros da história dos EUA.

Colaborou: Camila Abrão.

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