A prefeitura de Curitiba está comemorando, e com razão, o aumento do número de denúncias de abuso e assédio sexual nos ônibus da cidade. Em 2014 inteiro tinha havido 28 denúncias do gênero na cidade. Agora, em quatro meses, foram 20 – ou seja, setenta por cento em apenas quatro meses. No ano passado, houve cinco detenções de abusadores. Neste ano, já foram duas.
Isso tem a ver com a campanha que a prefeitura botou na rua incentivando as mulheres a denunciar os casos de abuso. Esse é o tipo de coisa que normalmente passa despercebido e, mesmo com o aumento, é seguro dizer que a maior parte dos abusadores passa impune.
No horário em que o ônibus vai mais cheio, principalmente, o ambiente é um prato cheio para que o sujeito ache que pode fazer tudo sem que lhe aconteça nada. Até porque pode ficar difícil identificar o agressor, que fica invisível no meio da multidão.
E aqui fica o principal desafio da Urbs. Ao invés de simplesmente investir em cartazes incentivando as denúncias (que já são uma boa coisa), o ideal seria reduzir a superlotação dos carros, colocando mais opções de transporte e garantindo que eles fiquem mais seguros.
A campanha é um modo de reduzir a impunidade. Mas para dar conforto e segurança, é preciso ir muito além. Claro que isso envolve custos (às vezes pesados) e não é simples. Mas é o real objetivo que deve ser perseguido.
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