Faltando onze dias para a eleição de prefeito de Curitiba, surgiu na cidade uma acusação de roubo. Não daquelas acusações típicas de roubo envolvendo políticos: dinheiro desviado, caixa dois, licitação fraudada. O que está em jogo é o paradeiro de objetos valiosos do acervo da prefeitura.
A atual administração anunciou em matéria da Folha de S.Paulo que pretende ir à Justiça contra o suposto desvio de dois lavatórios e uma cristaleira que seriam do acervo da Casa Klemtz, na Fazendinha. A casa foi comprada pelo município na época da gestão de Greca e transformada em patrimônio público.
A versão publicada pela Folha diz que oito anos depois do sumiço dos itens, eles apareceram em fotos divulgadas pelo próprio Greca em posts na rede social. Não há provas cabais de qualquer irregularidade. Mas a prefeitura diz suspeitar da imensa semelhança entre os opbjetos sumidos e os que apareceram nas fotos.
Rafael Greca enviou nota sobre o tema. Veja o que ele diz sobre o assunto:
“Desconheço qualquer ‘desaparecimento’ de acervo na minha gestão, que sempre primou pela preservação do patrimônio cultural de Curitiba – desde a Casa da Memória aos parques em homenagem aos imigrantes.
“Esclareço que o mobiliário da minha casa, conforme fotos postadas por mim voluntariamente na minha página pessoal, pertence ao acervo da família. No caso específico são objetos da herança do meu avô, Manoel Valdomiro de Macedo, legados por seu pai, o comendador José Ribeiro de Macedo (1840-1917), e do acervo da família Bernardo Pericás, legado dos avós de Margarita, minha mulher. Se há semelhança é de estilo do mobiliário da época, comum nas residências tradicionais de Curitiba, grande centro de produção moveleira.
“Os móveis de madeira de estilo eclético eram copiados diferentes vezes por um mesmo artesão. Os de ferro eram reproduzidos pela fundição Mueller.
“As peças mais expressivas do meu acervo pessoal, como a mobília do comendador Macedo, estão declaradas no meu Imposto de Renda. Causa-me estranheza de que esse assunto venha à tona agora, a 10 dias da eleição.”
Veja a nota da prefeitura:
“Diante das denúncias publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo na edição desta quarta-feira (21), a respeito de três obras de arte desaparecidas do acervo da Fundação Cultural de Curitiba, a Procuradoria Geral do Município abriu uma sindicância para apurar o caso.
“O desaparecimento de 12 itens do acervo da Casa Klemtz – adquirida pelo Município em 1995, na gestão Rafael Greca – consta de relatório do ano 2001, confirmado por um inventário do acervo municipal realizado em 2013, no início da atual gestão.
“O registro oficial sobre o desaparecimento inclui fotos e descrição técnica de todos os itens.
“Após o relatório de 2013, a FCC abriu procedimento administrativo para apurar indícios de autoria do desaparecimento dessas obras. Agora, a FCC encaminhará o procedimento à PGM e o caso será apurado com base nas novas informações publicadas pela Folha.”
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