
Governos costumam ser paquidérmicos para resolver problemas, por mais simples que eles sejam. A prefeitura de Curitiba tem se mostrado particularmente lenta em enfrentar situações em que se denunciam irregularidades (veja o caso da licitação do transporte coletivo, por exemplo).
Agora, a reportagem da Gazeta do Povo faz denúncia grave sobre a situação das funerárias da cidade. Os repórteres José Marcos Lopes e Diego Ribeiro fizeram praticamente todo o trabalho difícil: localizaram funerárias fantasmas, acharam suas supostas sedes e comprovaram que ninguém atende lá,
Aparentemente, elas servem apenas de endereços para que empresas maiores, de Curitiba, finjam que não são elas que estão prestando o serviço ao remover corpos para fora da cidade. Por que fariam isso? Há dois motivos. O primeiro é poder fazer aquilo que é conhecido como “agenciamento”: assediar a família na hora da morte para ficar com o enterro. O segundo são os impostos menores cobrados em outras cidades.
As funerárias negam as irregularidades. Têm direito de fazê-lo e de tentar provar que não fizeram nada ilegal. Podem, inclusive, em tese, ter razão. Estranho é quando a prefeitura de Curitiba parece interessada em defender os fatos antes mesmo de investigá-los. Pois é o que parece ter ocorrido.
Entrevistada pela reportagem, a diretora do Departamento de Serviços Especiais da prefeitura, Patrícia Rocha Carneiro disse que não vê ilegalidades no grosso do que foi denunciado. Apenas reconhece algo irregular na existência de uma funerária em que houve indícios mais fortes de se usar a estrutura de uma sede real em Curitiba para disfarçar a inexistência de uma sede fantasma fora. MAs é isso o que se denuncia em todos os casos.
Na história dos ônibus, a prefeitura tem a desculpa de que, para resolver as irregularidades denunciadas nos contratos, teria de rever toda a licitação, possivelmente quebrar contratos e gastar um rio de dinheiro. Neste novo caso, basta fiscalizar. Não parece difícil.
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