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Priscila Placha Sá. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.
Priscila Placha Sá. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.| Foto:
Priscila Placha Sá. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.

Priscila Placha Sá. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.

Um depoimento da professora Priscila Placha Sá circula pelo Facebook narrando o que ela viu no momento em que houve a tomada do prédio da Santos Andrade. Professora do curso de Direito da UFPR, Priscila diz que houve violência por parte de quem entrou e até tentativa de evitar que as pessoas saíssem.

Veja o texto na íntegra:

Prezadas e Prezados,

“Como já deve estar circulando em vários meios, ao final da noite de hoje o Prédio Histórico da UFPR foi “ocupado” por “estudantes”.

Gostaria de consignar que eu estava lá e para que o debate sobre os fatos tenha a dimensão que se deve ter, registro que NÃO se tratou – diversamente do que já está se anunciando – inclusive na escadaria da Faculdade, logo após a “ocupação”, de algo pacífico por parte de quem o ocupou. Eu estava na porta da Faculdade encostada na entrada conversando com alunos e alunas, ao final da aula.

De uma hora para outra, surgiram diversas pessoas com máscaras e capuz, inclusive de dentro da própria Faculdade, e outras tantas começaram a empurrar para dentro quem estava fora (como eu) e impedir que outras pessoas saíssem.

Assim, como alunas e alunos que se encontravam fora, fomos comprimidos contra a porta de entrada e eles já com cadeados e correntes queriam trancar a porta até que foram quebrados os vidros da porta de entrada (os quais foram varridos por eles que já tinham em mãos uma vassoura e uma pá de lixo). Com a quebra, os vidros machucaram um aluno que estava fora e outro que estava dentro. Agrediram uma aluna que tentava sair, que começou a chorar desesperadamente; outro aluno ficou machucado no braço. Houve boatos que usaram, inclusive, gás de pimenta.

Mantiveram durante um bom tempo discentes, dentro do hall de entrada da Faculdade, e os Professores Sandro Kozikoski e Cesar Serbena, impedindo-os de sair. Solicitamos por diversas vezes que liberassem as pessoas que não queriam ficar, inclusive, a moça da portaria que estava passando mal e que não houvesse nenhuma violência.

Tão logo me desvencilhei dali, comuniquei, por telefone, a Direção da Faculdade – que, ao que entendi, já tinha ciência de que a possibilidade de ocupação já fora aventada – e também comuniquei ao Presidente da OAB. Este último pelo fato de que, desde semana passada, estou eu nomeada por ele juntamente com diversos Advogados para o acompanhamento das Ocupações e Reintegrações de Posse dos Colégios Estaduais, com o intuito principal de que não exista atos de violência contra quem quer que seja.

Não me cabe discutir ou me apropriar do movimento estudantil, embora tenha sido evidenciado (nas falas de quem ocupou e de alunos e alunas da Faculdade) que fora acordada uma assembleia a se realizar na próxima segunda-feira para que se discutisse a ocupação da Santos Andrade, procedimento que, pelo que disseram, fora o adotado em todos os outros Campus, mas não aqui. Assim, como se vê nas notas do PAR e do PDU.

Escrevo isso, primeiro porque penso que o corpo docente deve saber o que aconteceu e porque na impossibilidade de estar amanhã na reunião que a Direção e a Coordenação irão fazer com as/os estudantes, entendi que devia dizer – pois lá estava – que, distintamente do que vimos em outros lugares, a alegada pacificidade na ocupação não se deu aqui. Muito pelo contrário foi hostil e violenta.

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