O deputado Sandro Alex (PPS-PR) promove debate na Câmara sobre uma possível proibição para as tevês brasileiras: elas não poderiam mais exibir lutas de MMA.O texto diz que seria permitida a transmissão de lutas olímpicas no país. O projeto é estranho, mas traz uma boa discussão.
Pelo cenário brasileiro atual, seria muito esquisito proibir a transmissão. Afinal, o MMA é considerado um esporte. E o país inclusive se esforça para receber os eventos, que trazem dinheiro para cá. Assim, seria estranho incentivar a coisa por um lado mas barrar sua exibição pública por outro. Uma contradição.
Mas o que o projeto pode trazer de positivo é discussão sobre o próprio fato de esse tipo de luta ser considerado um esporte. Trata-se de um tipo de luta altamente violento, muito mais do que qualquer outro que se enquadre na categoria de “arte marcial”. Não à toa até pouco tempo o nome que se dava a isso era “vale-tudo”.
Embora seja altamente popular, há argumentos de sobra para dizer que o tal MMA passa longe de ser um esporte. O objetivo é a anulação física do oponente e, para isso, permite-se quase tudo. É muito mais violento do que o boxe, por exemplo. Até mesmo os defensores do gênero fazem comparações com circos de gladiadores. E no fundo é disso mesmo que se trata.
Claro que há o aspecto técnico, que assim como em outras lutas o sujeito pode acompanhar por interesse esportivo. Mas o saldo é muito diferente, digamos, de uma luta de judô. Dificilmente alguém sai de uma disputa de judô no estado em que se vê saírem do ringue esses “gladiadores” modernos.
Certa vez vi alguém dizer que é curioso que o país proíba a rinha de galo e permita que seres humanos façam basicamente a mesma coisa. Não me lembro quem foi. Mas é exatamente a discussão que parece necessária aqui. Quais são os limites que devemos impor àquilo que as pessoas têm direito de fazer com o próprio corpo? Quais são os limites que devemos impor ao que chamamos de esporte?
Quem quiser pode saber mais sobre o projeto clicando aqui.
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