A Câmara Municipal está tentando dar mais uma chance para que as empresas de ônibus e a Urbs driblem a obrigação legal (repita-se: obrigação legal) de colocar cobradores em todos os micro-ônibus da cidade. Partiu do vereador Luís Felipe Braga Côrtes (PSDB) nova sugestão: para que os motoristas não cumpram dupla função, como ocorre hoje, cobrando a tarifa, que proíba-se os passageiros de pagar a passagem em dinheiro.
Pela sugestão, só poderá andar nos micro-ônibus quem tiver passado pela burocracia de ir à Urbs, fazer um cadastro e, depois, comprar créditos antecipadamente para usar no ônibus. Seria impossível pagar de qualquer outra forma. E para ir a muitos bairros (ou deles para o Centro), os micros são de longe a melhor opção, senão a única.
Chega-se à seguinte hipótese. O sujeito que está no Fazendinha e quer ir ao Centro mas não tem um cartão da prefeitura (porque não anda regularmente de ônibus, por exemplo), descobre que poderia pegar um ônibus perto de casa e ir ao local em que precisa. Mas não pode. Terá primeiro de:
1- Pegar o carro
2- Ir à Urbs
3- Enfrentar fila
4- Levar os documentos necessários
5- Esperar o cartão ficar pronto
6- Colocar o crédito
7- Liberá-los (em um terminal de ônibus, por exemplo)
8- Voltar para casa
9- E, sim, esperar o ônibus
Para que tudo isso? Para que as empresas não precisem adaptar os ônibus ao formato que eles tinham antes e para que não precisem contratar cobradores. Quem tem de se adaptar é o cidadão…
Dirão que em outras cidades há mais bilhetagem eletrônica. Verdade. E é um caminho bem-vindo. Mas nunca pode depender de um sistema tão burocrático como o atual. Se o sujeito pudesse comprar a passagem em quiosques que estivessem espalhados pela cidade, vá lá. Agora, cartão com lugar único para fazer já é vandalismo…
Outra coisa: mesmo em Nova Iorque, que tem bilhetagem eletrônica e onde se vende o cartão de transporte em qualquer biboca, há a opção de despejar moedinhas no valor da tarifa em uma máquina metálica (que impede roubos). Só não dá troco. Mas que pode pagar em dinheiro, pode.
Depois dizem que querem que o cidadão deixe o carro em casa e use o ônibus. Desse jeito?
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