Era evidente que isso iria acontecer. O filme sobre o Plano Real, montado parta ser uma peça de propaganda do governo do PSDB, fracassa de maneira retumbante nas bilheterias. A coluna de Lauro Jardim no Globo diz que apenas 42 mil pessoas foram ver o filme até agora. E em cinema a tendência é sempre de queda: em relação à primeira semana, já houve diminuição de 85% na segunda semana. Ou seja: o filme não vai chegar a uma Apucarana de público – pelo menos enquanto não passar na tevê aberta.
Não é a primeira vez que um filme feito para agradar à agenda de um partido no Brasil fracassa dessa maneira. “Lula, o filho do Brasil” foi feito com a ideia de ser exibido para trabalhadores e sindicatos e chegar a uma plateia de milhões de pessoas. Terminou sua triste carreira com 746 mil bilhetes vendidos – pouco mais do que uma Londrina.
Embora os filmes sejam diferentes (uma hagiografia de um presidente; um elogio a burocratas), nos dois casos fica óbvio qual é o problema. Alguém tem a ideia maravilhosa de submeter o público a uma tortura em nome da ideologia. Pensa que dá para disfarçar a intenção e acaba submetendo todos os critérios artísticos a um projeto político. Todo undo que estudou um pouquinho de história da arte sabe no que isso dá.
“Real – o plano por trás da história” parece ter incorrido nos mesmos defeitos do socialismo realista ou qualquer outra tentativa medíocre de submeter a arte a algo que lhe é externo. Basta ver o trailer acima para ver do que se trata. Agora que seus produtores paguem a conta pela ideia de jerico que tiveram.
Nada disso tira o mérito do Plano Real e de seus autores. Quem viveu a hiperinflação do país nos anos 80 e 90 sabe o quanto o Real foi um alívio. Agora, transformar isso em uma tentativa de trama hollywoodiana é coisa que só alguém fora de seu juízo normal faria.
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