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Punir policial que prendeu palhaço pode reduzir cultura da violência na PM

Palhaço é preso em Cascavel. Reprodução/YouTube.

 

O caso do palhaço preso em Cascavel por ter supostamente desacatado policiais militares parece uma bobagem, dadas coisas bem mais graves que a PM comete diariamente. Mas não é. Por isso, não deixa de ser boa notícia que o governador Beto Richa (PSDB) tenha se pronunciado publicamente sobre o tema e dito que haverá investigação.

A prisão de alguém só por criticar o governo não tem nada a ver com desacato, tem a ver com liberdade de expressão. Se falar que o governo (ou uma instituição qualquer) está errado for crime, vai ser preciso prender a maioria da população brasileira. Jornalista, então, vai precisar prender todos.

O crime de desacato, em si, já parece uma coisa desnecessária. Mas casos como esse, em que o sujeito simplesmente fez uma crítica à polícia e ao governo, tornam a coisa bem mais grave. E pensar que os policiais achem que podem prender quem for, quando for, arbitrariamente, dá um certo medo.

A função da polícia é a de proteger a sociedade. Mas há uma cultura na PM, principalmente, de que o cidadão é o inimigo. O mesmo tipo de pensamento que leva a prender alguém por criticar pode levar a atitudes bem mais violentas: parte-se, em todos os casos, da premissa de que o policial está acima da lei e pode decidir conforme sua vontade qual punição aplicar em cada caso.

Combater esses pequenos desvios pode impedir, futuramente, novos assassinatos cometidos por policiais em nossas cidades.

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