Impeachment não vale em qualquer situação. Não serve para o caso de Dilma. Isso seria coisa de republiqueta. Esperar quatro anos é a única saída em um sistema presidencialista. As declarações acima, hoje, seriam repudiadas por qualquer dos deputados que votaram a favor do impeachment de Dilma, obviamente. Mas foram ditas por um deles. Aliás, pelo líder deles. São palavras de Eduardo Cunha.
“As pessoas estão achando que impeachment é recurso eleitoral. Não é. Impeachment é uma situação de constrangimento do país, de impedimento do presidente da República. Só aconteceu uma vez na nossa história, por outras razões.”
As declarações forma dadas ao repórter André Gonçalves, desta Gazeta do Povo, em março de 2015, durante uma viagem a Curitiba. Há mais.
“Você não pode achar que o Brasil é uma republiqueta que vai trocar presidente de uma hora para outra. O sistema presidencialista leva a isso. Quem votou e se arrependeu tem que esperar quatro anos para mudar o presidente. Assim como aquele que votou em mim e se arrependeu também tem que esperar. É bom para o aprendizado político, para que da próxima vez as pessoas prestem bem atenção em quem vão votar.”
Na época, Cunha jurava que não aceitaria pedidos de impeachment contra Dilma. Sobre o que poderia fazer com que ele mudasse de ideia, disse o seguinte.
“Só mudaria de opinião se houver um ato praticado por ela, no exercício do atual mandato e que haja uma denúncia do procurador-geral da República por crime de responsabilidade e que alguém proponha à Câmara uma denúncia sobre isso. É o que está na lei. Tem que ser uma ação decorrente do exercício do mandato. Na minha opinião, não tem o que fazer quanto a isso.”
Tudo mudou, como se sabe, quando o PT votou contra Cunha no Conselho de Ética. No dia seguinte, o impeachment, como num passe de mágica, se tornou admissível.
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