O ano de 2016 foi ruim? Se você for um político brasileiro, a resposta depende do lado em que você está. Para alguns, que estão sempre com o poder, independente de quem estiver na cadeira, a coisa nunca muda muito. Para outros, é uma montanha-russa.
Neste ano, quem está ligado ao PT, em geral, despencou. quem apostou contra o partido em geral se deu bem. Na hora de fazer o balanço, é visível como o país deu uma guinada para a direita também nisso.
Outra característica do ano é a subida de não-políticos: na eleição municipal, empresários, pastores e outros se deram bem, enquanto muitos políticos tradicionais naufragavam. E o Judiciário acabou saindo por cima dos outros dois poderes.
Quem subiu
1- Michel Temer
Passou de vice-decorativo a presidente. O que lhe custou uma boa dose de articulações e tramas poucos publicáveis. Agora, termina o ano em apuros, com uma política econômica que ainda não decolou, popularidade em baixa e denúncias de corrupção.
2- Sergio Moro
Não é político profissional, e jura que não vai ser. Mas, assim como aconteceu com Joaquim Barbosa, é visto como uma “reserva moral” e aparece como candidato a presidente dos sonhos de muita gente. Claro: também é odiado por muitos.
3- Deltan Dallagnol
Ao contrário de Moro, o chefe da Força-Tarefa da Lava Jato jamais disse com todas as letras que não pretende disputar eleições. Pelo contrário. E, neste ano, com as 10 medidas, apareceu quase tanto quanto Moro.
4- João Doria
Sem carreira política anterior (o que provavelmente lhe beneficiou) virou prefeito de São Paulo. Não terá facilidades pela frente. Governar São Paulo parece quase impossível. Mas, por enquanto, está em alta.
5- Marcelo Crivella
Outro que se elegeu em parte por não ser político de origem. Embora já fosse senador, Crivella é mais identificado com a igreja de Edir Macedo do que com qualquer outro agrupamento. Agora, pega outro problema pela frente: a confusão que é o Rio de Janeiro.
6- Rodrigo Maia
O deputado do DEM se elegeu para um período tampão na Câmara, depois de anos na oposição. Virou candidato à reeleição. Nada mal para quem parecia destinado a postos menores. Mas agora sofre também denúncias de corrupção.
7- Jair Bolsonaro
O estridente deputado ganhou notoriedade e até a intenção de voto de parte dos “indignados” com a política. Provavelmente não chega a postos mais altos, mas já está com um cacife inacreditável para alguém tão radical.
8- Eliseu Padilha
Um daqueles políticos que se esgueiram de um governo para o outro, conseguiu emplacar um presidente para chamar de seu e virou ministro da Casa Civil. É o símbolo máximo dos políticos sem brilho que Temer promoveu.
9- Henrique Meirelles
Voltou com ares de barão da economia. Ainda não tem resultados para mostrar que se pode esperar dele uma melhora significativa da pindaíba nacional.
10- Cármen Lúcia
Num momento de descrédito das instituições, a nova presidente do STF (apenas a segunda mulher no cargo) parece ter conquistado confiança e até uma certa popularidade. Feito a ser registrado.
Quem perdeu
1- Lula
O grande cacique do PT continua aparecendo bem nas pesquisas, como sempre apareceu. Mas nunca teve um ano como 2016. Impeachment da sucessora. PT fora do poder. Partido em crise profunda. Condução coercitiva. E réu em cinco ações. Não é pouco.
2- Dilma
O ano começou mal para a presidente e só foi piorando, até o impeachment. Parece ter sido simplesmente varrida da vida política nacional, com poucos rastros e nenhum futuro.
3- Eduardo Cunha
Comprou briga com cachorros maiores do que ele, achando que a presidência da Câmara lhe dava cacife. Caiu da presidência, do cargo e acabou preso. mostrou o que acontece com quem vê subir à cabeça o poder.
4- Sergio Cabral
Era o grande nome do PMDB. Cotado pára ser vice em 2014. Quem sabe candidato à Presidência mais adiante. E foi pego num esquema terrível e baixo, com destaque para a compra milionária de joias.
5- Garotinho
Protagonista de uma das cenas mais constrangedoras do ano.
Siga o blog no Twitter.
Curta a página do Caixa Zero no Facebook.