Liberação de Uber vem ao estilo de Greca: sem ouvir a população

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Em vários sentidos Rafael Greca e Gustavo Fruet são mesmo opostos, como diz o atual prefeito. Fruet conviveu com o Uber na prefeitura sem jamais conseguir se decidir sobre o que faria: nem proibiu, nem regulamentou, muito pelo contrário. Pensou, pensou e empurrou com a barriga até não ser reeleito.

Era um problema do antigo prefeito que incomodava até seus assessores mais próximos. Ele ouvia todas as partes, achava que todo mundo tinha um pouco de razão, não queria passar por cima de ninguém. Ótimo. Superdemocrático. O problema é que isso levava a um incrível imobilismo.

Greca é o contrário. Em pouco mais de seis meses não só tomou uma decisão sobre o Uber como fez redigir um decreto e publicou. De certo ponto de vista, problema resolvido. Isso é, caso não se coloque a cidade em ebulição.

E também é preciso ver se o decreto de fato resolve a situação, porque – vejam só – ninguém teve a oportunidade de sequer conhecer o que se estava fazendo, quanto mais de palpitar.

O estilo do atual prefeito é o do velho engenheiro que se considera mais preparado e mais sábio do que a população, que deve apenas receber seus insights iluminados como se fossem dádivas do governante.

Regulamentar o Uber e seus concorrentes era não só necessário com o urgente. E o próprio Greca está fazendo o que já havia prometido na campanha. Jamais negou que fosse fazer isso. Mas precisava ser assim?

Enquanto todo mundo fala em democracia participativa, ele quer que se faça tudo como sai de sua cabeça. Ajuste fiscal? Atropele-se quem estiver na frente. Problema com o Uber? Para que discutir, fazer audiências, mandar um projeto para a Câmara debater? Decreto neles.

Agora a cidade toda está correndo para tentar entender qual foi a vontade do prefeito e de seus assessores. Em breve descobriremos o que pensam os cidadãos. Mas, claro, será meio tarde para que eles possam influenciar sobre qualquer coisa.

Mas também, quem é que vai querer dar palpite sobre as coisas que mudam nossas vidas, não é mesmo?

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