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Rafael Greca termina o primeiro ano de governo como começou a campanha: irônico com jornalistas, agressivo com os opositores e complacente com a própria administração. Na entrevista ao repórter João Frey, esbanjou autoconfiança e elogiou-se até não poder mais.

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Greca realmente tem do que se vangloriar em alguns pontos. Conseguiu atropelar a Câmara e passar o ajuste fiscal. Adulou o governador e recebeu em troca milhões em ajuda. Com isso, a cidade, que estava à beira de quebrar, pôde pelo menos fazer o mínimo.

E o mínimo está feito. Ao contrário de Fruet, que achava que ninguém dava a mínima para isso, Greca sabe que cortar mato e tapar buraco são coisas que deixam a população feliz. Sabe também que além de pão os moradores de qualquer cidade gostam de circo, e enfeitou com todas as luzes possíveis as ruas para o Natal.

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No entanto, as maravilhas que ele diz ter feito precisam ser sempre botadas uns degraus abaixo. Conseguiu pôr ônibus novos na rua? Sim e não. O número é insuficiente e o acordo com as empresas está longe de ser transparente. Ninguém sabe quem está pagando quanto e em quais condições.

Greca tende sempre ao exagero. Exagera nos erros dos adversários e na sua grandeza. Disse, por exemplo, que “não há desarmonia com o funcionalismo”, e como prova desse absurdo (os servidores estão sem reajuste e muitos, furiosos com o prefeito) disse que dois deles se vestiram de José e Maria “para agradá-lo”. Resta saber o que pensam os outros 35 mil…

O principal patrimônio de Greca sempre foi a retórica. Neste mandato, vive basicamente de dizer que “sabe fazer o ofício de prefeito” e de mencionar a dívida deixada por Fruet a cada 15 segundos. O seu segundo domínio é o do amor por si próprio. E disso ele dá mostras ainda mais frequentes.

De concreto, o ano termina com avanços financeiros importantes, planejamento de obras que podem realmente acabar com a pasmaceira na cidade (ou pelo menos em parte dela) e um prefeito que, se pudesse, erigiria uma estátua de si mesmo em praça pública.

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