Com informações de João Frey:
O prefeito Rafael Greca andou dizendo nas redes sociais que a culpa pela demora na renovação da frota de ônibus de Curitiba é dos empresários – não da prefeitura. E num comentário no Facebook, na quinta-feira passada, foi mais longe: afirmou que se os donos das empresas não “ajustarem sua conduta” pretende usar o dinheiro “em outro projeto”. Não disse onde.
A falta de atualização da frota foi um dos temas de campanha de Rafael Greca. Também foi um dos argumentos utilizados para ajustar a tarifa para um valor bem mais alto do que a população imaginava. Em fevereiro, a passagem passou de R$ 3,70 para R$ 4,25 – um dos maiores reajustes em muito tempo.
Hoje Curitiba tem centenas de ônibus circulando com a vida útil vencida. O discurso de Greca era de que com o novo valor seria possível fazer um colchão e atualizar a frota. Pelo jeito, faltou combinar com os russos. Na gestão de Gustavo Fruet, os empresários conseguiram uma liminar desobrigando a compra de ônibus. Alegavam tarifa defasada.
Agora, Greca diz que o caso continua na Justiça. No final de março ele disse que a prefeitura precisava que os empresários desistissem das ações judiciais para que a renovação dos ônibus ocorresse. Enquanto isso, andaremos todos em latas velhas.
Há um impasse político grave na história. Embora Greca blefe com o uso do dinheiro em outros projetos, a população certamente se enfurecerá caso descubra que pagou R$ 4,25 à toa e vai continuar andando nos mesmos ônibus – e que o dinheiro será usado “em outra coisa”, não na renovação da frota.
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