Os vereadores da base de Rafael Greca passaram medo nesta segunda-feira. No último mês, devido ao programa de ajuste fiscal, os aliados do prefeito se submeteram diversas vezes a situações do gênero.
Barrado na primeira tentativa de votação, um grupo de cinco vereadores chegou a se esconder no IML, pertinho da Câmara. Depois, houve duas invasões do prédio da Câmara – a Comissão de Legislação e Justiça já tinha sido alvo de um cerco antes de tudo isso.
Tendo em vista tudo isso, os vereadores decidiram fazer a nova sessão isolados do povo por um lago, na Ópera de Arame. Para a cena ficar medieval, lembrando o encastelamento do Poder, faltou colocar uns crocodilos na água. Talvez se pudesse recorrer ao jacaré do Barigui.
Mesmo com todo o aparato policial, os servidores forçaram as grades. E de novo veio o medo. O presidente da Câmara, Serginho do Posto, parecia atônito e pedia calma aos colegas. Seu primeiro-secretário, lia as emendas com a pressa de um locutor de páreos no hipódromo. Se invadissem, pelo menos teriam votado algo. E idealmente se apressavam para votar tudo antes de uma possível invasão.
Depois, um segundo confronto. Ouviram-se explosões. A vereadora Noemia pediu a suspensão da sessão mais uma vez. Lembrando a insensibilidade de Ademar Traiano, que disse aos colegas no fatídico 29 de abril que deviam votar o pacote de Beto Richa porque “a bomba era lá fora”, os vereadores de Rafael Greca tocaram em frente. Serginho avisou a todos que a situação estaria sob controle.
Sem querer enfrentar as poucas testemunhas que foram permitidas na Ópera de Arame (há mais PMs do que civis lá dentro), os vereadores de Greca evitam até falar. Se inscreveram para discutir os projetos mas, na hora, todos abrem mão do tempo para não ter de ir à tribuna.
Enquanto isso, a oposição a Rafael Greca vive seu breve dia de glória. Perderá, mas poderá dizer nos próximos quatro anos não terá de explicar por que votou do jeito que votou.
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