O longo debate na Gazeta do Povo entre Cida Borghetti (PP) e Ratinho Jr. (PSD), nesta segunda, mostrou dois candidatos que têm muitas coisas em comum, mas que definitivamente estão em pontos diferente de evolução quanto às propostas para um possível governo.
O que os dois têm de igual há muito se sabe: pertencem não só a um mesmo espectro político (a direita que não ousa dizer seu nome), como participaram de um mesmo grupo, de Beto Richa. São ambos frutos de uma política que põe no poder as famílias abastadas e que governa com o centrão flex na Assembleia.
A diferença se viu no preparo (ainda que principalmente em termos de marketing) para um futuro governo. Curiosidade? Quem está no governo foi quem se atrapalhou mais para dizer o que faria. A impressão foi que Cida passou tanto tempo na lida para chegar à cadeira que ainda não pensou direito no que fará caso seja reeleita. Ou algo assim.
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O discurso de Cida foi muito mais vago, em absolutamente todas as questões. Apenas em poucos momentos ela conseguiu dizer coisas específicas que irá fazer caso seja mantida no cargo. Como uma carreta para levar tratamentos de saúde pelo interior.
Ratinho estava no extremo oposto. Parecia um vendedor bem preparado: para cada demanda, tirava da manga do colete um folheto com todas as instruções de como resolver os problemas quase que magicamente. Para todos os assuntos tem um discurso de três minutos pronto.
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E tudo tem rótulo. Cada futuro programa já tem nome. É um tal de “Ganhando o mundo” pra cá, de “Território 4.0” para cá. O sujeito que dá os nomes das operações da PF parece ter se bandeado para o PSD. Não se trata, por enquanto, de saber se as propostas são boas: o ponto é que ele convence. Parece estar com tudo na ponta da língua.
Cida tem problemas sérios de oratória. Por vezes, parece parar no meio da frase sem saber para onde ir. Ratinho é comunicador nato: desde cedo, o pai colocou o menino na frente de um microfone. São dois mundos diferentes.
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