O PSC de Ratinho Jr. vai votar com o governo no pacote de “medidas amargas” do governo Beto Richa (PSDB). embora o partido seja aliado do governo – com direito inclusive a uma secretaria para o próprio Ratinho – a decisão não foi automática. Aliás, o partido já havia demonstrado insatisfação antes e afirmado que decidiria cada votação separadamente.
A posição do PSC era vista como particularmente importante porque o partido, hoje, tem a maior bancada da Assembleia. Os 12 deputados representam mais de 20% do plenário. Somados à oposição e ao PDT, que deve ir contra o projeto, já seriam 22 votos contra Richa, caso o PSC realmente ficasse contra o governador.
A decisão de acompanhar o governo foi tomada numa reunião da bancada no início da tarde desta terça-feira. Dos 12 deputados, 10 afirmaram que vão votar com o governo – e que isso foi possível depois de Richa ter desistido de cortar o quinquênio dos servidores e outros direitos adquiridos. Mesmo assim, dois deputados, Paranhos e Evandro Araújo, não deram certeza de que vão votar com Richa.
A maior dificuldade para garantir que a bancada votasse no projeto foi que, segundo os deputados, no meio do caminho o PSC “descobriu” que no meio de um dos projetos estava prevista a extinção do Fundo de Desenvolvimento Urbano. O dinheiro, que hoje banca quase tudo na Secretaria de Desenvolvimento Urbano, gerida por Ratinho, iria para a conta única do estado – ou seja, Ratinho perderia boa parte da força política que tem hoje no governo.
O problema, segundo a bancada, foi visto a tempo. Uma emenda estava sendo redigida na hora do almoço para ser incluída no projeto. O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), teria garantido ao partido que a emenda será aprovada e que o FDU fica como está.
Os deputados dizem que depois da votação também será necessário discutir o orçamento do Desenvovimento Urbano – que, como mostrou a matéria do repórter Euclides Lucas Garcia, teve o maior contingenciamento de todos neste ano, ficando provisoriamente com apenas 2% do que havia sido previsto no orçamento.