O grupo de Ratinho Jr. tenta dizer que não, mas é como se tivesse levado um banho de água fria em pleno inverno curitibano. A ascensão de Cida Borghetti ao governo fez dela uma candidata séria e deu a Ricardo Barros o comando do espetáculo.
Nas últimas semanas, o ministro tem atraído um partido depois do outro para a campanha da esposa. E, agora, com a renúncia de Beto Richa, tudo fica ainda mais fácil. O grupo governista tende a precisar de Cida para tudo, e passa a vê-la como uma perspectiva de poder real. E nada seduz mais um político do que a perspectiva de poder.
Ratinho, que pretendia ser o candidato de Beto, passa a ser um outsider. Seus aliados dizem que não tem problema. Que ele nunca dependeu de Beto para nada. Que nunca fez parte do núcleo duro do governo nem frequentou sua cozinha. Mas, convenhamos, perder a máquina do governo à beira da eleição é um golpe para qualquer um.
Terceira via
Aparentemente, Ratinho pretende agora jogar no papel da terceira via. Deixar que Cida corra como governista e Osmar na oposição. Ele não é nem uma coisa nem outra. É o candidato do povão, ou algo assim. Independente – como tudo mundo que não tem o poder nas mãos diz ser.
Coincidência ou não, a primeira composição que surgiu para Ratinho nesse período de vacas magras foi justamente com o PR, partido que pretende lançar Christiane Yared para o Senado. Inimiga de Richa, a deputada provavelmente dá à chapa de Ratinho o ar que ele quer agora. Além de um gostinho de revanche.
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