Ricardo Barros tem fama de ser um dos melhores articuladores políticos do Paraná. Se não o melhor. Mas dessa vez parece que ele trocou feio os pés pelas mãos. O episódio do reajuste do funcionalismo foi um festival de erros do governo de sua esposa, Cida Borghetti, e pode custar caro na eleição.
Quando Cida assumiu o governo, em abril, a situação estava mais ou menos resolvida. Beto Richa tinha dito que não seria possível dar reajuste e, por mais que estivessem indignados com a situação, os sindicatos e os servidores estavam quase conformados.
A governadora, no entanto, sabe-se lá por que cargas d’água, decidiu fazer um aceno para os servidores. Deu a entender que poderia, no mínimo, cobrir os 2,76% que foram perdidos para a inflação ao longos dos últimos 12 meses. Ou seja: reacendeu uma expectativa que já estava extinta.
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Mas o que foi planejado como um fator para melhorar a imagem de Cida se virou contra o feiticeiro. O governo fez as contas e descobriu que não tinha como dar o reajuste. Pelo menos não sem afetar os investimentos previstos e alardeados pela sua gestão.
O remédio foi tentar achar uma quirerinha qualquer para oferecer. Que tal 1%? Os funcionários, que têm defasagem de 10%, consideraram isso quase um insulto, e a coisa só piorou.
Quando se achou que não havia como piorar, o governo extrapolou a má notícia para mais gente, pedindo que TJ, TC, MP e Assembleia também ofereçam reajuste menor: passando dos 2,76% previstos para 1%.
Agora, ao votar isso na CCJ e no plenário, ainda terá de enfrentar a pressão dos oposicionistas e dos “independentes” de Ratinho Jr. Que, claro, posarão de paladinos do funcionalismo e associarão Cida mais uma vez à política de arrocho de Beto Richa.
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