Uma das consequências mais preocupantes de todo o processo de reforma da previdência, do ponto de vista do governo, é o “derretimento” da base de apoio na Assembleia. Nesta segunda, os aliados viram pelo menos mais duas defecções.
No começo do processo, em fevereiro, quando Beto Richa (PSDB) tinha apenas um mês de governo, estimava-se que o governo contasse com 47 dos 54 deputados. A bancada de oposição contava com apenas sete, pouco mais de 10% da Casa.
Nas votações de fevereiro, quando se decidiu sobre o uso da Comissão Geral, o popular tratoraço, o governo ganhou, mas com apenas 34 votos. A oposição ganhou apoios e, pelo menos naquela votação, chegou a 19 parlamentares. Crescimento de quase 200%.
Agora, com a segunda tentativa de passar o projeto, o governo tem mais perdas. Na votação desta segunda, mesmo com casa vazia e, portanto, sem presença de pressão direta sobre eles, 21 parlamentares disseram não ao governo. E 30 continuaram fiéis.
Essa margem já não é mais segura. E se cinco deputados mais trocarem de lado, a chance de a oposição barrar o projeto no voto é real. Imaginem o que acontece se houver milhares de pessoas do lado de fora da Assembleia e galerias cheias…
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