Gleisi: favorável à Constituinte exclusiva.| Foto:
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Reforma política é o nome do jogo. Todo mundo quer uma reforma na política brasileira, não há dúvida. do jeito que está, os únicos satisfeitos são os beneficiados pela regra atual: por exemplo, os 594 senhoras e senhores que mantemos no Congresso Nacional. O problema é: qual reforma?

Num ponto, Dilma fez bem em sugerir uma Constituinte para mexer no assunto. Polêmicas jurídicas à parte (sempre haverá quem diga que é assim mesmo e quem diga que não pode), um fato é que justamente os atuais senadores e deputados são os que têm menos interesse em mudar alguma coisa. Foi com essas regras que eles garantiram suas mordomias, não são eles que vão querer mudar alguma coisa.

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Além disso, o governo estava precisando de um símbolo, de um movimento qualquer que indicasse mudança. Caso contrário, poderia perder o controle não do Congresso (sempre conquistável com mimos e emendas), mas o das ruas. O que é muito mais grave. Dito isso, é preciso lembrar ainda que a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sempre defendeu a tal Constituinte. Pode ter buzinado no ouvido de Dilma até que ela aceitasse a sugestão.

Mas, o ponto é: reforma pode significar qualquer coisa. Pode significar cláusula de barreira? Sim. Pode incluir voto distrital misto? Claro. Pode melhorar o sistema de financiamento de campanhas? Obviamente. Mas pode também ser uma reforma para pior. Por que não? Reformar, afinal, só quer dizer mudar. Não há nenhuma garantia de que o resultado final será melhor do que a situação atual.

De qualquer jeito, mesmo sendo um tiro no escuro, parece ser nossa melhor chance de mudar algo a curto prazo. A longo prazo, lógico, é preciso apostar em educação. Inclusive em educação política, como deixou clara a ingenuidade dos manifestantes em seus pedidos feitos nos últimos dias. Mas, a curto prazo, precisamos de regras novas. Tomara que sejam para melhor…

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