A renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não é um gesto mágico que resolverá os mil problemas da Câmara dos Deputados nos próximos tempos. Mas é uma brecha. A famosa luz no fim do túnel, que faz crer que o pior momento do Congresso nos últimos 30 anos pode estar se encerrando.
Eduardo Cunha ao longo deste ano e meio na presidência da Câmara se transformou no símbolo das piores práticas da política nacional: corrupção, desvio de dinheiro para o exterior, uso do corporativismo para proteção de corruptos, manobras com o regimento para favorecer a si e a seus cúmplices, vingança contra quem ousa enfrentá-lo.
Cunha foi o mais triste espécime da política parlamentar brasileira em muitos anos. Deixou no chinelo Severino Cavalcanti, o pernambucano eleito pelo baixo clero numa revolta e que na época parecia o ponto mais baixo possível para a Câmara. Severino era um amador – Cunha, um profissional.
Agora, é preciso ver se o Congresso tem condições de escolher alguém que seja o sucessor de Cunha apenas no cargo, e não nas práticas. Especula-se que o deputado Rogério Rosso, do DF, possa ser o escolhido. Eduardo Cunha gosta dele. Michel Temer também. Parecem argumentos suficientes para que a população se preocupe com sua candidatura.
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