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Plenário do Senado

Requião não chegou a torcer o dedo de nenhum jornalista pago pelo Senado nem perguntou se algum deles quer apanhar, como já fez com repórteres. Mas, mais uma vez, fez discursos contra jornalistas. É isso mesmo: nem os jornalistas contratados pelo Congresso Nacional para divulgar o trabalho dos senadores escaparam da fúria antijornalística do paranaense.

Basicamente, Requião fez duas reclamações. As duas fazem certo sentido, na verdade. A primeira tem a ver com o horário das reprises das sessões plenárias, que saíram do horário nobre para a madruga.

Eis o trecho do discurso:

“Afinal, de quem é a TV Senado? É propriedade dos excepcionais jornalistas que nela trabalham? Nós, senadores, somos um incômodo para esses jornalistas? Será que eles não perceberam ainda que a TV Senado não é uma emissora de variedades à busca de audiência? Será que não sabem que se trata de uma TV institucional, dedicada primordialmente à divulgação dos trabalhos da Casa, do Plenário e das comissões? Será que não entendem que a sonegação dessa divulgação é uma censura às nossas atividades de senadores?”

A segunda reclamação é mais curiosa. Requião acha que os jornalistas exageraram no puxa-saquismo ao dizer que a população está satisfeita com o Senado. Foi numa notícia do Jornal do Senado referente a uma enquete feita pelo próprio DataSenado:

“Como o público pode ter aprovado a pauta do Senado se, conforme a pesquisa, 65,3% dos entrevistados consideraram nossa atuação ruim ou péssima e só 5,5% aprovaram? O Jornal do Senado simplesmente escondeu parte da pesquisa. Revelou somente os dados sobre a tal da agenda positiva e escondeu a avaliação global do Congresso Nacional. Que feio! Aqui no Senado, não! Não sei se gostam ou não gostam, mas eu não me elegi senador com quase três milhões de votos no Paraná para ser substituído, censurado, reduzido ou editado por jornalistas, nem da Rede Globo, nem do SBT e muito menos por funcionários do Senado da República – afirmou o parlamentar.”

E continuou:

“Acho absolutamente desnecessário o esforço da nossa comunicação para interpretar uma pesquisa de opinião de uma forma equivocada a favor da Casa. Precisamos conhecer a verdade por inteiro e passar por inteiro as nossas verdades à população. Essa reinterpretação da pesquisa é rigorosamente absurda, e o Senado não precisa disso.”

Só fica uma curiosidade. Quando estava no governo, alguém se lembra de Requião ter exigido que a TV Educativa se comportasse de maneira independente, sem distorcer os fatos a favor dele?

Pois é…

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