Roberto Requião está à beira de ser expulso do PMDB. A outra senadora do partido que faz oposição a Michel Temer, Katia Abreu, do Tocantins, já foi expulsa. Dificilmente a cúpula do partido irá tomar decisão diferente no caso de Requião.
Nada melhor poderia acontecer para o velho senador paranaense. Claro: por um lado, ele perderá seu feudo. Vai precisar encontrar outro partido onde se instalar com seus asseclas. Talvez perca gente pelo caminho (será que João Arruda, mezzo-seguidor/mezzo sobrinho vai junto?).
Terá de encontrar um partido com dinheiro (ele adora distribuir fundo partidário para os candidatos da família). Precisará de tempo de tevê, já que é da retórica que ele vive: e o PMDB sempre foi privilegiado nesse quesito, com uma bancada enorme.
Mas em termos de cacife político, imagine só: Requião está sendo expulso por fazer oposição a um presidente que é desprezado por mais de 90% da população. Mais: está sendo expulso por se posicionar contra as reformas da previdência e do trabalho, entre outras coisas.
Aproveitou seu (possível) fim de jogo no partido para pedir a expulsão de Eduardo Cunha, o ícone maior da corrupção no PMDB, e o afastamento de Romero Jucá – aquele que desenhou para quem não tinha entendido qual era o plano dos políticos ao tirar Dilma e colocar Temer em seu lugar.
Requião nem sempre está certo. Tem vários e vários defeitos. Mas essa situação toda no PMDB vai acabar ressaltando uma de suas virtudes, que é a coerência com um ideário. Desde que o mundo é mundo, o senador fala nas mesmas coisas: nacionalismo, direitos do trabalhador, luta contra o capital financeiro…
Se por um lado perderá seu feudo, por outro ganhará impulso. Talvez consiga, com isso, se reeleger senador. Resta saber por qual partido. Mas opções, certamente, não faltarão. Há a Rede, de sua amiga Marina. O PDT, que Osmar Dias está abandonando e ficará sem cacique… Em breve, saberemos.
Siga o blog no Twitter.
Curta a página do Caixa Zero no Facebook.