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Requião mostra potencial para ditador

O senador Roberto Requião mostrou nesta segunda-feira, mais uma vez, que não gosta da imprensa. Mais do que isso: que não gosta da democracia.

Pode-se argumentar que ele esteve contra a ditadura militar. Mas estar contra uma ditadura não significa, exatamente, ser um democrata.

Ser um democrata é, antes de mais nada, acreditar que somos todos iguais e que estamos todos submetidos às mesmas leis. É ter respeito pela Constituição e pelos outros cidadãos.

Requião não respeita a lei: acredita que, quando é do seu interesse, pode “expropriar” um gravador.

Não respeita a liberdade de imprensa: acredita que, quando irritado, tem o direito de simplesmente ameaçar um jornalista. “Já pensou em apanhar?”, perguntou ao repórter da Band.

Um democrata não apela para argumentos de força. Isso é coisa de ditadores.

Requião disse que foi provocado. “Caí em uma armadilha”, disse no Twitter. Mentira. Ouvindo a entrevista que o repórter da Band fez antes que o senador arrancasse o gravador de suas mãos, vê-se claramente que não houve armadilha nenhuma.

O repórter irritou-o perguntando mais de uma vez a mesma coisa? Isso dá direito a que? A bater nele? A confiscar aparelhos?

Requião disse que roubou o gravador para evitar edição do material. Mentira. Não havia nada estranho ali para ser editado.

A única coisa estranha foi a estupidez do senador.

Na verdade, não. Há mais algo estranho: o número de pessoas que, via Twitter, defendeu a atitude de Requião.

É triste ver isso: o sujeito se comporta como um tirano e ainda ganha aplausos. É esse tipo de atitude que favorece a própria existência dos candidatos a ditador.

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