Quem parece ter mais a perder com a atenção que Roberto Requião ganha como pré-candidato é Beto Richa. Como governador, Richa conseguiu pacificar a maioria dos partidos (por diferentes motivos, mas principalmente por ser o dono do caixa). E mesmo os adversários, em geral, são mais polidos.
Mas Requião continua fazendo política a seu modo: quanto mais ostensivo for o enfrentamento, melhor. Coisa que ele deixou clara na primeira entrevista como pré-candidato ao governo.
Requião citou o nome de Beto Richa aproximadamente um milhão de vezes. E em nenhuma acompanhado de um adjetivo mais suave do que “incompetente”. Ligou-o à Quadro Negro, à Publicano e à Voldemort a cada resposta. E disse com todas as palavras que imagina uma pena de 25 anos de cadeia para o atual governador.
A frase veio quando ele estava falando do Centro Médico Penitenciário, construído em seu governo. “Tem lugar pra todos eles lá”, disse Requião.
“Eu não quero agourar. Não é que eu deseje”, disse o senador. “Mas eu li a delação do Eduardo Lopes [da Construtora Valor]. É 25 anos de cadeia pro Beto. Não terá menos que isso, ou então não existe mais judiciário no Paraná”, afirmou.
Requião disse que Richa “não era assim”, quando entrou na prefeitura. Que chegou a procurar Requião, na época governador, para reclamar de vereadores que pediam comissões ilícitas. “E agora envolvido com tudo isso? Estragou na capação”, disse.
Richa, é claro, nega participação em todos os esquemas. Na Voldemort, diz que Luiz Abi, pego em fraude, é um primo distante. Na Publicano, nega qualquer envolvimento com os auditores que estavam desviando recursos. E na Quadro Negro, insiste sempre em lembrar que foi o governo quem começou as investigações.
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