Há um ditado que explica: o diabo sabe mais por ser velho do que por ser diabo. Para os políticos, nada mais verdadeiro. Quanto mais tempo de cancha, maior a possibilidade de o sujeito dar um nó nos adversários e conseguir exatamente aquilo que quer.
Com 36 anos de eleições nas costas, o senador Roberto Requião (MDB) sabe muito bem como mexer com o emocional dos outros concorrentes. No momento atual, o seu objetivo é fazer com que Osmar Dias (PDT) se mexa e aceite uma composição com ele. Mas Osmar prefere não fazer qualquer movimento.
Tendo em vista a imobilidade do amigo, Requião começou a fazer a dança de quem quer uma conquista. Funciona como no caso dos namorados. Finja que não tem interesse e busque outros possíveis parceiros. No melhor estilo “se você não quiser, tem quem queira”.
Na semana passada, Requião já havia mandado pelo filho um recado dizendo que estava abrindo conversas com outros candidatos. Osmar permaneceu exatamente como estava. Para mostrar que não estava blefando, Requião foi um pouco mais longe: participou de um evento com Cida Borghetti (PP) e apareceu abraçado com a amiga.
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Será que dessa vez Osmar morde a isca? Aparentemente, não. Em primeiro lugar porque há muita gente comprando o blefe de Requião exatamente pelo preço de blefe. Achando que o emedebista velho de guerra jamais negociaria com Ricardo Barros, de quem fala coisas não muito bonitas com o microfone desligado.
Segundo, porque há muita gente ao lado de Osmar achando mais é bom que Requião vá para o outro lado. Que vá pela sombra. É o caso de Gustavo Fruet, que, sabe-se, não topa Requião desde o tempo de criança, quando o pai já pelejava com ele dentro do MDB.
Resta saber qual é o próximo passo de Requião. Ir com Cida é improvável. Mas e com Dr. Rosinha? E uma candidatura solo? Vale tudo nessa hora para forçar a melhor coligação possível (ou seja, com Osmar).
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