O governador Beto Richa, como qualquer cidadão, tem o direito da presunção de inocência. Até que se prove o contrário, não é culpado. É o que acontece no caso da suposta influência que ele teria exercido para garantir a eleição de Fabio Camargo para o Tribunal de Contas.
Nesta quarta, o governador falou sobre o caso em Londrina. E disse que não houve “troca alguma”. A suspeita, que está sendo analisada no STJ, é de que Richa tenha favorecido a eleição de Fabio Camargo. Em troca, o pai de Fabio, o então presidente do TJ Clayton Camargo, teria aprovado a transferência de R$ 2,1 bilhões de depósitos judiciais para o caixa de Richa.
Embora seja necessária a presunção da inocência, os indícios de irregularidade existem. Principalmente, como lembra o Ministério Público, pelo fato de as duas coisas terem ocorrido no mesmo dia: a eleição de Fabio Camargo e a aprovação do projeto no Órgão Especial do TJ. Mas não é só: Fabio Camargo só se tornou um candidato viável depois que seu pai foi eleito presidente do tribunal.
O argumento de Richa, em sua entrevista, parece se resumir em duas partes. Por um lado, diz que o projeto sobre os depósitos é legal. Isso não está sendo questionado. Segundo, diz que Clayton Camargo não tinha influência sobre a Assembleia. Mas o que está sendo posto sob suspeita é que ele teria influência sobre o governo. E o governo, todo mundo sabe disso, comanda a Assembleia.
Em nenhum momento isso significa que haja culpa. O que parece é que os indícios são fortes e que não podem ser descartados assim com um simples “não teve nada”. A prova, porém, cabe à acusação. Seria o caso de questionar os 24 outros desembargadores do Órgão Especial, por exemplo: houve interferência? Clayton Camargo pediu que o projeto fosse aprovado? E os deputados, sofreram pressão? Há pelo menos sete dúzias de testemunhas do que aconteceu. Á Justiça, cabe ouvi-las.
STF decide sobre atuação da polícia de São Paulo e interfere na gestão de Tarcísio
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS