Beto Richa, sempre que pode, diz ser o governador do diálogo. E, sempre que pode, demonstra que isso é apenas um slogan. Novamente, deu demonstração da preferência pela autoridade nesta quinta-feira, ao desqualificar uma decisão da maior categoria do funcionalismo público.
Os professores decidiram entrar em greve como protesto contra o atraso do reajuste. Faz parte da democracia: o direito de greve é assegurado e a ausência de reajuste num momento de inflação alta seja um motivo mais do que justo.
Richa disse claramente que o sindicato atua partidariamente e que a greve é uma brincadeira. Sindicatos têm todo o direito de eleger gestores ligados a partidos. A eleição é livre e direta, assim como a de Richa.
Quanto ao motivo, Richa fez aprovar uma lei (não uma promessa registrada em cartório, mas uma lei) em que está dito que o reajuste tinha data certa. Ok: a economia não colaborou, a situação financeira é grave e faz sentido tentar negociar.
Mas não foi a opção do governo. Mandou o texto para a Assembleia onde tem maioria (disposta inclusive a entrar em camburões para fazer a vontade do governo) e, quando alguém se opôs, considera simplesmente que está “brincando”.
Isso não é diálogo. É demonstração de falta de vontade de admitir que o problema precisa ser resolvido por todos – e principalmente de maneira franca, sem que alguém decida quem pode e quem não pode tomar decisões. O sindicato, goste-se ou não, representa a categoria.
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